CIDADE NOVA
Circulação de máquinas pesadas provoca rachaduras em casas
Defesa Civil recomendou até a interdição de uma casa
Amanda Moser [editores@diarinho.com.br]
Moradores da rua Alfredo Fantini, no bairro Cidade Nova, em Itajaí, convivem há meses com a instabilidade de suas casas. Isso porque um terreno no final da rua virou depósito de areia e, ao longo do dia, máquinas descarregam materiais, fazendo com que o impacto do serviço provoque rachaduras nas casas. O caso foi denunciado à prefeitura.
De acordo com uma das moradoras, Daniela Rose de Souza, sua casa fica nos fundos do terreno e sofre constantemente com os impactos do maquinário.
Ela relatou que o muro que sustenta o telhado está rachando e tem risco de queda. Daniela ainda demonstra preocupação com as rachaduras no piso. Moradora há mais de 30 anos da rua, a vendedora de autopeças comentou que o problema começou por volta de maio deste ano.
Nos fundos da sua casa funciona uma oficina de motos, local onde seu filho trabalha. A Defesa Civil foi acionada para verificar a situação e percebeu o risco de queda da infraestrutura. O órgão recomendou que a casa fosse interditada, mas a moradora não sabe como proceder, já que, se acatar a sugestão, fica sem trabalhar e não teria para onde ir.
De acordo com a Defesa Civil, o imóvel apresenta rachaduras nas paredes e no piso. No relatório, o órgão definiu que: “Por se tratar de um processo contínuo, evolutivo e destrutivo, faz-se necessário a imediata intervenção para recuperação do local, evitando assim uma maior degradação e possível risco de colapso da estrutura”.
Outra recomendação feita pela instituição é que um profissional habilitado vá à residência verificar as condições de estabilidade da estrutura. Os moradores também foram instruídos a não utilizarem o cômodo afetado e monitorar constantemente as rachaduras, além de acionar a Defesa Civil sempre que necessário.
Vizinha prejudicada
Uma das vizinhas de Daniela tem uma casa de madeira. Ela comentou que o piso do banheiro rachou todo e sempre que tomam banho a água vaza para baixo.
No mesmo terreno mora a sua sogra, que também notou danos estruturais na casa. Segundo Daniela, a casa da idosa foi bem impactada com o vai e vem das máquinas.
Caso em andamento
Além da movimentação constante de caminhões, a grande quantidade de areia também é um problema. De acordo com os denunciantes, a descarga é feita por uma loja de material de construção da região. Os moradores já entraram em contato com o responsável, mas até o momento nada foi resolvido.
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, o responsável foi intimado e deu um prazo de 60 dias para a regularização do alvará. O prazo foi suspenso por conta de um recurso administrativo.
A pasta informou que caso o recurso seja indeferido, o prazo volta a tramitar. Se a situação não for regularizada, uma multa de R$ 4395 será aplicada, assim como outras medidas administrativas cabíveis. O proprietário do imóvel também foi intimado para que a pavimentação do passeio público seja feita.