Uma denúncia de violência sexual atinge cargo de confiança da administração em Barra Velha: a situação, que acabou vazando em grupos de WhatsApp e foi revelada pela vítima ao DIARINHO, será investigada pela prefeitura.
A revolta da vítima, A. P. K. M., de 33 anos, é de que seu agressor não poderia estar em cargo público pela violência causada contra ela, mas também por conta de que ele investiu contra outras mulheres do departamento. O suspeito trabalha na área da Defesa Civil. 
Segundo A., o agressor a assediou sexualmente dentro de uma sala da Vigilância Sanitária de Barra Velha em 15 de dezembro de 2021 – fato que rendeu ameaças à sua integridade dois dias depois, tanto do abusador como de sua esposa. 
Em boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, A. revela que durante um atendimento na vigilância, foi encaminhada para o acusado, de inicial J. Numa sala do prédio público, ele não apenas a segurou pelo braço, mas a acariciou e beijou. A. insistiu alegando que é casada e ele teria dito para ela “largar o marido” e ficar com ele. 
A vítima fugiu do local e dois dias depois começou a receber ameaças via WhatsApp – era a esposa, exigindo que a moça “se afastasse” do marido. Cerca de seis meses depois do fato, em maio de 2022, A. novamente se deparou com o abusador – desta vez, dentro de um salão de baile no bairro São Cristóvão. Ele tentou lhe agredir, na ocasião, e acabou contido pelos seguranças.
A nomeação do acusado num cargo de confiança gerou revolta em grupos de WhatsApp, onde a vítima questionou a situação. “Como pode o prefeito contratar alguém com a ficha suja?”, criticou. “Eu estou revoltada hoje ao vê-lo num cargo de destaque no município. Ele não só me agrediu, me assediou, forçou relação, mas tivemos informações de outras mulheres que passaram pela mesma situação”, apontou A.  Ela reforçou que não foi aberto processo contra o suspeito, mas na ocasião do boletim de ocorrência ela chegou a ser chamada para um depoimento na delegacia. 
O DIARINHO questionou  junto à prefeitura de Barra Velha se há denúncias oficiais contra J. nesse sentido. O secretário de governo, Cristiano Delfino, reforçou que a prefeitura não recebeu intimação e não tem conhecimento do boletim de ocorrência ou prints da denúncia contra o suspeito nos grupos de WhatsApp. 
“Nós consultamos nosso setor jurídico. Quando formos notificados ou informados do caso, será averiguada a situação e tomadas as medidas cabíveis”, reforçou Delfino.