JOSÉ BOITEUX

Barragem tem as duas comportas fechadas

Operação foi concluída no início da tarde, após conflito com indígenas e noite de protestos

Operação foi concluída no início da tarde, após conflito com indígenas e noite de protestos (Foto: Divulgação/Juventude Xokleng)
Operação foi concluída no início da tarde, após conflito com indígenas e noite de protestos (Foto: Divulgação/Juventude Xokleng)

O governador Jorginho Mello (PL) confirmou no início da tarde deste domingo o fechamento da segunda comporta da barragem de José Boiteux, no Alto Vale do Itajaí. “Conseguimos executar com sucesso a operação. Essa importante ação vai reduzir o nível do rio Itajaí-açu, em Blumenau, minimizando o impacto das cheias”, afirmou em postagem.

“Seguimos monitorando o volume de chuvas na região e em todo o Estado. A comunidade indígena está pacificada e segura. A proteção das pessoas é a nossa prioridade”, completou. O represamento das ...

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“Seguimos monitorando o volume de chuvas na região e em todo o Estado. A comunidade indígena está pacificada e segura. A proteção das pessoas é a nossa prioridade”, completou. O represamento das águas em José Boiteux deve amenizar o volume de água no rio Itajaí-açu, em cotas de emergência em Rio do Sul e Blumenau. As barragens de Taió e Ituporanga são 100% cheias, com água vertendo.

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A operação de fechamento das duas comportas da barragem de José Boiteux iniciou no fim da manhã deste domingo, após confronto entre policiais e indígenas pela manhã e uma madrugada inteira de tensão entre a comunidade e forças policiais.

A barragem é a maior estrutura de contenção de cheias do estado, mas ficava com as comportas sempre abertas devido um impasse histórico com os indígenas, que nunca foram atendidos em todas as contrapartidas pela construção da obra dentro da Terra Indígena Laklanõ Xokleng.

Para a reativação da barragem, que está com a casa de máquinas inoperante, os indígenas de várias aldeias pediram itens como ônibus, três barcos, ambulância, cestas básicas, água potável e construção de casas para quem fosse atingido pela inundação da represa.

O acordo foi discutido no sábado, com o acerto de que a barragem só seria fechada após o cumprimento das medidas pelo governo. Grupos denunciaram que o estado não cumpriu as medidas, o que gerou protestos e resistência ao longo da noite de sábado e madrugada de domingo, até ocorrer o confronto na manhã, com disparos de balas de borracha e gás lacrimogêneo contra os moradores.

Ministério dos Povos Indígenas manda comitiva

Após policiais e indígenas entrarem em confronto durante a operação pra fechamento da barragem de José Boiteux, no Alto Vale do Itajaí, representantes do Ministério dos Povos Indígenas e da Advocacia Geral da União (AGU) estão a caminho do local para acompanhar os desdobramentos e garantir a resolução do conflito sem novos confrontos. A comitiva federal deve chegar entre a noite de hoje e a manhã de segunda-feira.

A informação foi divulgada no início da tarde deste domingo pelo ministério. A pasta lamentou o confronto ocorrido pela manhã, com balas de borracha e uso de spray de pimenta disparados contra indígenas. Ao menos dois indígenas foram feridos, segundo o ministério.

“O MPI lamenta a violência contra os parentes e informa que já mobilizou a Polícia Federal e a Funai para garantir a segurança da comunidade indígena. Também estamos em contato com o governo do estado e demais órgãos responsáveis para se fazer cumprir os direitos do Povo Xokleng e para que a situação seja resolvida da melhor maneira possível”, informa.

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O ministério disse que acompanha, desde sábado, a situação com o Povo Xokleng, após a decisão do governo do estado de fechar a barragens desativada em José Boiteux. A pasta destacou que a medida isolaria a comunidade indígena e poderia resultar no alagamento da Terra Indígena Laklanõ Xokleng.

No comunicado, o ministério fala da decisão judicial para o fechamento da barragem, em medida que foi acordada com o povo Xokleng, e seria executada neste domingo. A contrapartida do governo seria a disponibilização de botes, ônibus, ambulâncias, alimentos e outras ações de segurança para que a comunidade indígena pudesse se proteger no caso de alagamento na área.

“Contudo, essas contrapartidas não foram cumpridas, o que deixaria a terra indígena completamente desassistida, representando um risco de vida para o povo Xokleng, o que motivou os protestos que foram reprimidos pela polícia do estado, deixando dois indígenas feridos, de acordo com informações do sistema de saúde da região”, afirma.

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O governador Jorginho Mello (PL) disse em entrevista em Rio do Sul pela manhã que as equipes acessaram a parte interna da estrutura pela manhã pra iniciar a operação de fechamento, que teve apoio de um caminhão pra fazer a movimentação das comportas, já que o maquinário da barragem é inoperante.

Jorginho relatou que o serviço não foi possível à noite pela falta de luz, além da resistência dos indígenas. Ele criticou que os índios se mobilizaram de forma “não inteligente” e não cooperaram. “É o momento de se ajudar e não de arrumar complicação”, comentou. Segundo informou, barco, ambulância e cestas básicas já tinham sido enviados.

“Todos aqueles itens que eles pediram, nós entregamos ontem [sábado]”, afirmou. A distribuição das cestas básicas nas aldeias seria feita neste domingo. Sobre o conflito, Jorginho relatou que um indígena que “tava meio cheio de pinga” teria tentado tomar a arma de um policial. “E aí o policial reagiu, dando tiro de bala de borracha. O próprio cacique mandou ver quem é e já tava fazendo a punição”, completou.

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Ainda na madrugada, Jorginho chegou a conversar por chamada de vídeo com o cacique Setembrino Camlem, com apelo pra que o acesso à barragem fosse liberado. O local teve barricada e queima de materiais. Questionado do motivo de a negociação com os índios não ter ocorrido antes, Jorginho foi irônico: “Claro, poderia ter ocorrido há 20 anos atrás e alguém não fez, né”, disse, citando a pendenga histórica.

Nas negociações com as lideranças indígenas para garantir o fechamento das comportas o governo estadual informou respondeu prontamente com ambulância, barco, médico e milhares de cestas básicas. Segundo o coronel Aurélio José Pelozato da Rosa, comandante-geral da PMSC, houve um “confronto pontual”, com um grupo pequeno de indígenas. Segundo ele, esse grupo remanescente que teria atacado os policiais.






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