Conhecido como “Pablo Escobar brasileiro”, o ex-major da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul Sérgio Roberto de Carvalho está preso por tráfico internacional de drogas num “presídio de luxo” na Bélgica, para onde foi extraditado em junho. Ele tem ligação com operação da Polícia Federal em Balneário Camboriú. Em fevereiro, um dos “laranjas” envolvidos em esquema de lavagem de dinheiro foi alvo da PF na cidade.

Segundo informações do portal UOL, o “Major Carvalho” está na recém-inaugurada penitenciária de Haren, em Bruxelas, capital belga. O presídio é chamado de “resort” por ter instalações modernas, com academias de ginástica, salas de informática, bibliotecas, centro médico e áreas pra caminhada.

Antes de ser levado para o local, o chefão do tráfico estava em Budapeste, na Hungria, onde foi preso em junho de 2022, após meses na lista da Interpol. O traficante tem pedido de extradição do Brasil aguardando resposta. Ele teria movimentado mais de R$ 2 bilhões com envio de 45 toneladas de cocaína da América do Sul para a Europa entre 2017 e 2019, por meio de portos de Natal (RN), Santos (SP) e Paranaguá (PR).

No Brasil, o “Major Carvalho” está foragido desde a operação Enterprise, em 2020, que fez batidas para cumprir 215 ordens judiciais, 66 delas de prisão contra o líder do tráfico e envolvidos na quadrilha. Em 2022, a operação Vertigem, desdobramento do mesmo caso, cumpriu ordens judiciais em Itajaí, Balneário Camboriú e Arapongas (PR), em investigação sobre compra de imóveis de luxo pra lavagem de dinheiro.

Segundo a PF, as negociações eram feitas por “laranjas” pra esconder o verdadeiro comprador, “Major Carvalho”. Neste ano, uma nova operação da PF teve como alvo em BC um homem considerado o “braço direito” do narcotraficante. Foram apreendidos dois carros e uma moto de luxo, que somaram quase R$ 1 milhão. No país, a operação teve 14 ordens judiciais, além de cinco ordens de prisão.

Prisão moderna

O complexo penitenciário de Haren foi inaugurado em setembro de 2022, sendo o maior presídio da Bélgica. A prisão foi construída com uma proposta de tratamento humanizado com foco na reintegração.

O ex-policial militar só foi expulso da corporação em 2018, após mais de 10 anos da primeira condenação, em 1998, por transportar 237,3 kg de cocaína. Durante a pena em regime semiaberto, em 2007 e 2009 ele voltou a ser preso por envolvimento em jogos de azar. Em 2020, ele apareceu na operação Enterprise como líder de um bilionário esquema internacional de tráfico de drogas.

“Major Carvalho” usava nomes e documentos falsos pra escapar da polícia. Quando foi preso na Hungria, apresentava uma identidade mexicana. Antes, na Espanha, ele adotou o nome de Paul Wouter e simulou a própria morte por covid-19 pra enganar a justiça espanhola.