A Shein, gigante chinesa do varejo on-line de moda, confirmou que vai produzir peças em Santa Catarina em parceria com empresas têxteis do estado. A produção catarinense será destinada para atender as vendas no Brasil e no mercado externo, principalmente na América Latina e América do Norte.
A oficialização da produção no estado foi feita pela diretora de Relações Exteriores da Shein, Anna Beatriz Lima, em reunião na terça-feira com o governador Jorginho Mello (PL) e secretários ...
A oficialização da produção no estado foi feita pela diretora de Relações Exteriores da Shein, Anna Beatriz Lima, em reunião na terça-feira com o governador Jorginho Mello (PL) e secretários estaduais. As tratativas do governo catarinense com a companhia vinham rolando desde abril.
Segundo a diretora da Shein, a produção em Santa Catarina será por meio de parceria com empresas locais. A varejista informou que já tem mapeadas dezenas de fábricas têxteis que permitirão a produção de peças de vestuário.
“A ideia é que a gente consiga construir, dentro do estado, uma forma de apoio para a nossa produção. Recentemente anunciamos que estamos trazendo a produção local para o Brasil. E esse é um dos motivos de vir até Santa Catarina. Queremos ser um terceiro mercado com a parceria das empresas já instaladas”, comentou Anna Beatriz.
No Brasil, a Shein já tem parceria firmada com a Coteminas para produção de roupas na unidade de Macaíba, no Rio Grande do Norte. Em Santa Catarina, a Coteminas tem fábrica em Blumenau. Embora ainda sem divulgação oficial, a empresa passa por mudanças internas pra começar a atender a Shein.
“A Shein não vem com a proposta de criar novas indústrias, mas de agregar e ajudar a desenvolver e construir o potencial produtivo existente. Reconhecemos a capacidade produtiva do estado e a vocação têxtil. Até 2026 queremos atingir outros países com a produção catarinense”, completou a representante da companhia chinesa.
A meta da varejista é de que 85% das vendas do grupo nas Américas ocorram a partir da produção brasileira. Para alcançar o objetivo, a empresa anunciou um investimento de R$ 750 milhões no país, prevendo gerar cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos até 2026. O projeto prevê a contratação de 2 mil empresas têxteis e calçadistas do país.
Cadeia produtiva
Para o governador Jorginho Mello, a parceria com a Shein é uma oportunidade de abrir mercados para as micro e pequenas empresas. “Uma empresa com essa envergadura tem condições de fomentar e proporcionar um exponencial de vendas para empresas catarinenses. Vai transformar a cadeia produtiva de Santa Catarina de pequenas e microempresas, tendo a oportunidade de vender para o mundo”, disse.
O secretário de Estado do Planejamento, Edgard Usuy, destacou que a logística de Santa Catarina foi um ponto forte para o avanço das negociações, considerando que a infraestrutura facilita a exportação dos produtos. “O mais importante na leitura da Shein foi a capilaridade que o estado tem da distribuição das empresas têxteis em todo o território catarinense. Isso somado com a questão dos nossos portos, aeroportos e a nossa malha viária”, destacou.
Vendas em 165 países
A Shein é uma varejista global on-line de moda que usa uma tecnologia de produção sob demanda, conforme as vendas. O processo permite reduzir o desperdício de estoque e oferecer uma maior variedade de produtos. A companhia alcança clientes em mais de 165 países e tem como principais centros de operação os escritórios de Singapura, da China e dos Estados Unidos.
O modelo de negócios é baseado na produção de pequena escala. A companhia produz somente um pequeno lote de 100 a 200 unidades por produto e mede a resposta do mercado em tempo real, produzindo em maior escala somente os produtos que têm demanda garantida. Atualmente, a empresa trabalha com mais de 6 mil fornecedores, incluindo pequenas empresas que são parceiras na produção.