ITAJAI
Capivara agoniza mais de 24h na Beira Rio
Órgãos ambientais se recusam a recolher o animal
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
Uma capivara ficou um dia ferida na avenida Beira Rio, no centro de Itajaí. Vários moradores acionaram o corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Instituto Cidade Sustentável (Inis) e o Instituto do Meio Ambiente (Ima), mas ninguém recolheu ou deu suporte ao animal. No sábado, após reportagem do DIARINHO, a Polícia Militar Ambiental tentou fazer o resgate, mas deixou o animal fugir.
Segundo os moradores, a capivara tinha um buraco na barriga e não se sabe se foi atropelada ou se sofreu algum tipo de maus tratos. “Durante a sexta foram chamados o Ibama, que se recusou a levar; polícia ambiental, que foi no local e não teve autorização pra levar; Ima, que não foi ao local. A guarda municipal tirou fotos, disse que ia chamar apoio, mas também nada aconteceu. A Univali também não recolheu, porque capivara não é animal marinho”, contou o morador.
O gerente Regional do Ima, Nelson de Oliveira, ficou sabendo da situação pelo DIARINHO, e mobilizou a Polícia Militar Ambiental (PMA) para resgatar a capivara e o zoológico da Santur para fazer o tratamento no animal. No entanto, quando finalmente a PMA apareceu na Beira-rio, na tarde de sábado, deixou a capivara fugir antes de concluir o resgate. A Marina de Itajaí ficou de avisar à PMA se a capivara voltasse ao local, o que não ocorreu até o fechamento desta matéria, no domingo à tarde.
No sábado, a prefeitura de Itajaí disse que a responsabilidade seria do Ima, mas diante da falta de atendimento do órgão, o Inis foi ao local.
Caso recente em Blumenau, onde uma capivara morreu por falta de atendimento de um órgão especializado, causou polêmica estadual. Logo após a repercussão, o governo do estado publicou um protocolo de atendimento. “Para solicitar o resgate de animais silvestres doentes ou feridos, o cidadão pode acionar a Polícia Militar pelo telefone 190 ou pelo aplicativo PMSC Cidadão”, dizia o texto.
Segundo os moradores de Itajaí que acompanharam o caso da Beira Rio, nem a PM e nem o Ima atenderam de pronto a solicitação.