Uma megaoperação contra grupos neonazistas da Polícia Civil de Santa Catarina cumpriu 15 ordens de busca e apreensão em 11 cidades do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. Em Santa Catarina, as ações aconteceram em Joinville, Blumenau, Curitibanos e Florianópolis. A operação terminou com duas pessoas presas em flagrante, uma delas por atirar contra os policiais, além de apreensão de materiais nazistas, armas, munições, celulares e computadores.
Na cidade gaúcha de Nova Petrópolis, uma mulher foi presa em flagrante por resistência e disparo de arma de fogo após atirar contra os policiais com uma pistola quando eles chegaram ao ...
Na cidade gaúcha de Nova Petrópolis, uma mulher foi presa em flagrante por resistência e disparo de arma de fogo após atirar contra os policiais com uma pistola quando eles chegaram ao local. Na casa dela, foram apreendidas duas armas de fogo, munições e materiais nazistas.
Ainda no Rio Grande do Sul, em Passo Fundo, a operação bateu numa estamparia que produzia camisetas com símbolos nazistas e supremacistas. Todos os materiais foram apreendidos. Uma segunda prisão em flagrante rolou em Maringá (PR), onde um dos investigados tinha posse irregular de arma de fogo. Na casa foi apreendida uma espingarda calibre 12, além de munições, artigos nazistas e dispositivos eletrônicos.
Os policiais cumpriram sete ordens judiciais em Santa Catarina, quatro delas em Joinville. Nos estados vizinhos, houve batidas nas cidades de Passo Fundo e Nova Petropólis, no Rio Grande do Sul; em Curitiba, Maringá e Marialva, no Paraná; e em São Paulo e Praia Grande, em São Paulo. A Polícia Civil informou que uma grande quantidade de artigos de cunho nazista e extremista foi recolhida nas buscas.
A operação foi um desdobramento das investigações no âmbito da Operação “Gun Project”, deflagrada em outubro de 2022 contra a fabricação de armas de fogo com impressoras 3D por uma célula neonazista catarinense. O grupo tinha produção de propaganda nazista e fazia encontros com rituais de culto à doutrina hitlerista, onde os criminosos se intitulavam “a nova SS de Santa Catarina”.
Na operação do ano passado, oito pessoas foram presas em um encontro de neonazistas em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis. No andamento do inquérito, foram identificados outros integrantes do bando e novas células nazistas espalhadas por diversos estados. Ainda em março, dois homens haviam sido presos no Rio Grande do Sul.
Os membros do grupo detidos nas operações tiveram a soltura ordenada pela Justiça em abril, passando a responder ao processo com monitoramento por tornozeleira eletrônica. A nova operação nesta semana, deflagrada na terça-feira, foi conduzida pela Delegacia de Repressão ao Racismo e a Delitos de Intolerância, da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), com apoio de 67 policiais de unidades nos quatro estados.