DENÚNCIA
Grupo religioso faz ataque contra comunidade LGBTQIA+
Postagem no Dia do Orgulho LGBTQIA+ usou cores do arco-íris e “indiretas”
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Um grupo de jovens ligados à Igreja dos Sagrados Filhos de Deus, de Navegantes, está sendo acusado de fazer um ataque velado à comunidade LGBTQIA+. A polêmica começou com uma postagem no Instagram do grupo que usou as cores do arco-íris e um texto com uma série de indiretas, como “não temos orgulho de quem somos” bem no 28 de junho, que é um dia de ações e protestos contra o preconceito.
O texto condena o sentimento de orgulho, associando-o à sexualidade, dentre várias outras mensagens. Militantes da causa em Navegantes dizem que essa igreja está ligada a uma pastora eleita pelo Partido Liberal (PL). Depois da polêmica, a imagem com as cores do arco-íris foi substituída por outra, em branco e preto, mas o texto foi mantido.
O pesquisador e professor do Núcleo de Estudos em Gênero e Saúde da UFSC Rodrigo Moretti diz que a publicação retira o foco da inclusão de pessoas LGBTQIA+ tentando modificar o debate. “Vale-se de um dispositivo que apela à superficialidade do termo, desviando a atenção de pessoas que estão pautadas em certo radicalismo e simplismo da leitura cristã, até porque vários segmentos cristãos, como os anglicanos, e alguns setores luteranos, são extremamente inclusivos, até mesmo celebrando o 28 de junho”, explica.
O ativista Gustavo Ribeiro, diretor de projetos do Rotaract Club em Balneário Camboriú e do Coletivo Mães da Diversidade, considera a postagem do grupo religioso como um ataque disfarçado. “Primeiro, porque de todos os dias que poderiam ter postado, escolheram logo no dia do orgulho. Em segundo lugar, eles deveriam ter respeito, porque nem todas as pessoas seguem a mesma religião que a deles. A minha liberdade de expressão não pode ser usada para disseminar discurso de ódio e intolerância”, opina.
A presidente da Comissão Nacional da Diversidade Sexual e Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e presidente da Comissão de Direito Homoafetivo e Gênero da OAB SC, Margareth da Silva Hernandes, explica que a liberdade religiosa existe dentro do templo. “Essa liberdade não dá o direito das pessoas saírem postando nas redes sociais o que bem entenderem”. Ela conta que criticou a postagem, mas os administradores da página apagaram comentários negativos.
Leia a postagem na íntegra: