luto em ITAJAÍ
Artista Agê Pinheiro morre aos 56 anos
Ele foi encontrado sem vida em seu apartamento no centro da cidade
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
Faleceu no começo da noite de sábado, vítima de um mal súbito, o artista plástico Agnaldo Pinheiro, o Agê Pinheiro, de 56 anos. Ele estava em casa quando se sentiu mal. Ele residia no nono andar do edifício Catarinense, no centro de Itajaí.
A morte foi comunicada pelo amigo Edison D’Ávila. “Ele nasceu em Itajaí em 1967, mas se criou em Porto Belo. Voltou para Itajaí para cursar a universidade em meados de 1980 e ficou para sempre”, lembra o professor Edison.
Agê, além de artista plástico, era historiador, membro do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, ex-superintendente da Fundação Cultural e ex-diretor do Museu Histórico de Itajaí.
O velório aconteceu no crematório da capela Athenas, no bairro São Vicente. O corpo do artista foi cremado. Há cerca de 30 dias a companheira de Agê, Angela Martorelli, tinha falecido. Eles viveram juntos por 30 anos.
Fundamental para Itajaí
O poeta Antônio Carlos Floriano, um dos melhores amigos de Agê, falou sobre a perda com o DIARINHO. “O Agê tem uma importância fundamental para a cultura de Itajaí. Não só para as artes visuais. A trajetória nas artes visuais foi meteórica, ele fez uma carreira, foi a salões, foi reconhecido, mas ele era importante porque aglutinava pessoas ao seu redor. Ele compartilhava seu trabalho com grupos de teatro”, comenta Floriano.
Como Agê também era historiador, ele ajudava a preservar a história e o patrimônio histórico de Itajaí - cidade onde nasceu e morava. “O trabalho que ele fez nas escolas com o boi de mamão... O trabalho que ele fez para a inauguração do teatro “Boi bom de se ver”. O Agê sempre teve presente o trabalho sobre o patrimônio histórico, sobre as festas populares. Ele fez uma exposição muito bonita sobre Corpus Christi, em quadros de uma procissão. Não se pode falar da cultura de Itajaí, principalmente do século 20 e início deste século, sem a presença do Agê Pinheiro. Ele assim como Bento Nascimento, Carlinhos Niehues, tem o nome dentro da criação. Ele não foi só um artista, foi um criador. O criador tem uma voz, uma palavra, cria uma obra. Ele investiga, ele trabalha. Agê Pinheiro tinha essa curiosidade e essa capacidade de realização. Ele merece o respeito de toda a cidade. Itajaí só se coloca como cidade porque tem esse tipo de gente, senão seria uma cidade como outra qualquer”, opina Floriano.