As obras de revitalização da avenida Delfim de Pádua Peixoto, na Praia Brava, em Itajaí, bloquearam o acesso de moradores da rua Doca Rebello na semana passada. Os vizinhos reclamaram que a empreiteira trancou o cruzamento sem avisar, impedindo o acesso às garagens e obrigando os moradores a transitar no meio do barro e máquinas da obra. A prefeitura reconheceu a falha de comunicação.

O projeto de revitalização da avenida foi retomado no mês passado, iniciando com trabalhos a partir da avenida Carlos Drummond de Andrade. No momento, a Delfim de Pádua, via usada pra sair do bairro, está com trânsito interditado no trecho entre a rua Júlio Kumm e a Carlos Drummond. As obras são feitas ao longo das duas primeiras quadras e já alcançam o início da terceira quadra. O trânsito teve desvio pela Beira-mar que está em pista dupla e avançou sobre a ciclovia.

A empreiteira tem orientação de garantir a passagem e não trancar o acesso às vias transversais que cruzam a Delfim de Pádua. No caso da Doca Rebello, a rua não tem saída no trecho final e depende do acesso pela avenida. Na semana passada, o cruzamento ficou bloqueado pelas obras de colocação de galerias, prejudicando a circulação dos moradores que ficaram impedidos até de entrar na garagem de casa.

Um dos moradores  relatou que não houve aviso prévio de que a rua seria fechada, sendo surpreendido pelo bloqueio quando tentou chegar em casa na terça. O morador foi avisado por funcionários que teria de deixar o carro na rua. No dia seguinte, o morador e as duas filhas pequenas tiveram que se arriscar meio às máquinas no cruzamento. Ele ainda contou que foi alvo de deboche dos operários por criticar o “planejamento” da obra.

Para o morador, há falta de organização, já que o bairro está com obras nas duas principais vias, entre a Luci Canziani e a Delfim de Pádua. “As duas saídas da Brava estão com obras ao mesmo tempo. Tá um caos pra entrar e pra sair. É uma falta de planejamento absurdo”, diz.

As obras nos cruzamentos da avenida com as ruas Doca Rebello e Carola Coelho já foram feitas e estão com passagem liberada. Quem vem pela Delfim de Pádua e precisa chegar à avenida Carlos Drummond de Andrade, deve pegar o desvio pela rua Júlio Kumm e descer pela avenida José Medeiros Veira, a Beira-mar.

Vão corrigir problemas

O engenheiro Auri Pavoni, assessor especial do gabinete do prefeito, explicou que a empreiteira avisou os moradores na terça-feira à noite para não colocar os carros nas garagens porque na quarta-feira seria feita a obra no cruzamento. O serviço foi concluído durante o dia, com a liberação da passagem na noite de quarta-feira.

O problema, segundo Auri, foi que empreiteiro não avisou o fiscal da prefeitura sobre o bloqueio e que nem todos os moradores teriam sido avisados pela empresa. Auri informou que a empreiteira já foi orientada para, na próxima vez, melhorar a comunicação com os moradores.

A promessa é que esse tido de situação não ocorra nas próximas etapas. O planejamento prevê que, ao se colocar as galerias, o local seja coberto logo em seguida, garantindo o acesso aos moradores e minimizando os transtornos no trânsito.

“Foi um pouco de erro de comunicação. Embora alguns moradores tenham sido avisados, mas creio que não todos. Ou seja, faltou um sincronismo maior entre a prefeitura e empreiteiro e os moradores. Vamos ver se nas próximas a gente corrige isso”, afirmou.

Obras vai durar 10 meses

A execução da segunda etapa do projeto pra revitalização da Delfim de Pádua Peixoto começou em maio, com trabalhos no trecho com a avenida Carlos Drummond de Andrade. As obras seguem no sentido Brava Norte, com serviços de macrodrenagem antes da nova pavimentação em paver e urbanização da via com novos passeios.

O contrato de R$ 13,3 milhões tem prazo de 10 meses pra conclusão. O projeto vai completar as obras iniciadas no trecho inicial da avenida mas que foram paralisadas no ano passado após o abandono da empreiteira, exigindo nova licitação. Ao todo, a avenida vai receber R$ 22,5 milhões em melhorias, se interligando com o futuro binário da Luci Canziani.