BALNEÁRIO CAMBORIÚ
Trecho da Barra Sul perdeu 70 metros de areia do alargamento
Prefeitura diz que já licitou a obra de contenção pra recuperar a área imediatamente
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Cerca de 70 metros do alargamento da faixa de areia no trecho junto ao molhe da Barra Sul, na orla da Praia Central de Balneário Camboriú, foram perdidos devido à erosão marítima. A prefeitura informa que já licitou a obra para recuperação e contenção na área e deve assinar a ordem de serviço em breve.
O local vinha sendo monitorado no acompanhamento que faz parte do projeto de alargamento da Praia Central. O engenheiro Rubens Spernau, fiscal do projeto e gestor do Fundo de Outorga Onerosa de Balneário, não atendeu a reportagem do DIARINHO no domingo. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, contudo, ele comentou que a "situação na Barra Sul já era esperada".
Durante o engordamento da praia, o local recebeu uma quantidade maior de areia, justamente por ser a área da orla que mais sofre com a erosão do mar. O trecho afetado tem cerca de 200 metros de extensão, entre a rua 4800 até o molhe da Barra Sul. No alargamento, a área ficou com 180 metros de faixa de areia, total que hoje está em 110 metros.
A formação de um degrau gigante na ponta da Barra Sul é o sinal mais aparente da erosão da praia. Mas desde o fim do ano passado, os degraus (escarpas) de mais de um metro de altura chamam a atenção dos frequentadores da orla. Além das correntes marítimas, as ressacas também contribuíram para o avanço do processo erosivo, explica a prefeitura.
A prefeitura homologou o resultado de uma licitação pra obras de recuperação do trecho. O contrato pra início dos trabalhos deve ser assinado em breve. A empresa Penascal Engenharia e Construção, de São Paulo, ganhou a concorrência, com proposta de R$ 3,5 milhões pra executar a obra.
O projeto prevê a colocação dos chamados “geotubos”, grandes bolsas de contenção, com 28 metros de comprimento e feitas em tecido de prolipropileno, que serão enchidas com material dragado do rio Camboriú. Numa etapa seguinte, a areia da praia é jogada por cima e os geotubos recebem uma proteção de pedras. A obra tem prazo de execução de três meses a partir da ordem de serviço.
"Acomodação da areia"
Rubens explica que a movimentação de areia fez a praia “aumentar” no trecho ao lado a erosão, onde já se formavam “lagoas” e onde o nível da água pros banhistas está mais raso. O motivo seria que a areia levada pelo mar não vai embora, mas acaba sendo acomodada na parte submersa da praia e se espalhando nos trechos vizinhos.
Em janeiro desde ano, o município apresentou um estudo do acompanhamento do projeto de recuperação da faixa de areia da Praia Central, mostrando o perfil da orla após a obra, concluída em dezembro de 2021. O levantamento indicou que as partes submersa e visível da praia, na maior parte da orla, tinham se estabilizado, concluindo que o engordamento cumpriu a função de proteção costeira.
Os programas de monitoramento da orla após o alargamento seguirão até julho de 2024 e estão previstos como “garantias” ambientais da obra. Segundo o estudo, as modificações na ponta da Barra Sul já eram esperadas, por ser o local onde o processo de erosão costeira é mais intenso e que, por isso, recebeu uma quantidade maior de areia.
“No geral, o que se observa é uma grande estabilidade no aterro que foi feito, e que manteve a praia em condições muito próximas da praia original”, comentou Rubens na época da apresentação do estudo.