Barra do rio
Terminal de combustíveis pode ser construído em Itajaí
Projeto prevê investimento de R$ 300 milhões e está em análise ambiental
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O estudo para implantação do Terminal de Granéis Líquidos de Itajaí foi entregue para análise do Instituto de Meio Ambiente (IMA). O empreendimento está previsto numa área de 101,7 mil metros quadrados do Estaleiro Itajaí, na rua Herta Tieme, na Barra do Rio.
O investimento é de R$ 315 milhões com prazo de três anos pra construção e geração de 200 empregos na obra. Em funcionamento, o terminal terá 75 funcionários.
A análise do Relatório de Impacto de Meio Ambiente (Rima) é a etapa preliminar do processo de licenciamento, que deve se estender por se tratar de um empreendimento de grande porte.
O estudo detalha as características, os impactos ambientais e as medidas compensatórias da obra. Desde sexta-feira corre o prazo de 45 dias para o IMA receber manifestações sobre o estudo.
O terminal de granéis líquidos funcionará com um centro de recebimento, armazenamento e distribuição de combustíveis e produtos químicos. A estrutura prevê tanques de armazenagem, pátio de bombas, plataformas para operações de carretas-tanque e linhas de tubulações que vão se ligar com um cais a ser construído na margem do rio. A área ainda terá prédio administrativo e instalações de apoio como refeitório, oficina e almoxarifado, aproveitadas do atual estaleiro.
O investimento é da empresa de navegação espanhola Elcano, que desde 2008, quando comprou o estaleiro, controla o empreendimento que atua na construção de embarcações de médio e grande portes.
A implantação do novo terminal tem cronograma dividido em quatro fases. O projeto prevê até 17 tanques de armazenamento de graneis líquidos, entre produtos químicos e combustíveis como gasolina, diesel, biodiesel e etanol.
O terminal terá um berço de atracação com capacidade pra receber navios de granéis líquidos de até 55 mil toneladas de porte bruto, que poderão transportar cerca de 350 mil barris dos produtos. O píer terá estruturas pra amarração e atracação das embarcações e uma plataforma geral.
A localização do empreendimento, a menos de um quilometro do porto e numa área favorável às manobras dos navios, foi considerada no projeto, bem como a proximidade com acessos rodoviários. Do terminal, os combustíveis armazenados nos tanques serão distribuídos por caminhões que usarão plataformas de carregamento e descarregamento.
Durante as obras, cerca de 200 empregos diretos serão gerados, sendo priorizada a contratação de mão de obra local. O empreendimento vai precisar de profissionais especializados, como mecânico, eletricista, soldador, mergulhador e operador de guindastes, e de nível superior, como engenheiros de diversas áreas. Ainda haverá vagas para serventes, pedreiros, pintores e pessoal administrativo, entre outras.
Demanda por infraestrutura de armazenamento
A implantação do terminal leva em conta a demanda por tancagem de combustíveis que hoje não é suficiente pra atender o mercado nacional, segundo o estudo do projeto.
“Assim, há oportunidade para investimentos em terminais portuários e em terminais que favoreçam a interiorização de grandes volumes de combustíveis, normalmente localizados em áreas que possuam conexão dutoviária ou ferroviária com os portos”, diz o documento.
Ainda segundo estudo, o gargalo logístico neste tipo de estrutura decorre, além da falta de armazenamento, também da falta de investimentos de ampliação. “Há necessidade de expandir os locais de recebimento de embarcações de maior porte e modernizar a operação dos portos, assim como ampliar as vias do modal aquaviário para incremento da produtividade”, defende.
O empreendedor destaca que a construção do terminal está dentro da nova realidade do mercado nacional e, além de contribuir pra expansão da infraestrutura, vai ajudar no desenvolvimento socioeconômico da Região Sul do país. A empresa ressalta que há viabilidade técnica e ambiental pra instalação do terminal.