Itajaí
Manifestação por “segurança nas escolas” acaba em confusão na prefeitura de Itajaí
Servidora foi agredida por assessor de vereador em invasão ao gabinete. Itajaí anuncia implantação do "Botão de Pânico"
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]






A manifestação de familiares de alunos da rede municipal de Itajaí, intitulada de “Segurança nas Escolas”, na tarde de quarta-feira, causou uma invasão ao gabinete do prefeito Volnei Morastoni (MDB) e teve uma senhora ferida na confusão.
A servidora do gabinete Estela Maris Amado, de 56 anos, registrou um BO na polícia Civil narrando que foi empurrada pelo assessor do vereador Marcelo Werner (PSC), Rafael Lustosa. Ela tentou impedir a invasão de dezenas de pessoas no local, entre pais, professores, alunos e vereadores da oposição ao prefeito, mas acabou vencida pela truculência do ato.
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Segundo o delegado Regional Márcio Colatto, as chefias da polícia Civil e da polícia Militar foram acionadas na prefeitura para uma reunião interna no gabinete do prefeito. As autoridades iriam durante a tarde para a apresentação do projeto “Botão do Pânico” nas escolas municipais, mas como houve a confusão, os policiais foram chamados emergencialmente ao local.
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“No local tomei conhecimento da invasão e agressão à recepcionista, e já foi registrada a ocorrência. Serão apuradas as responsabilidades”, informou o delegado. A servidora passará por exame de corpo de delito. O delegadogarantiu que os agressores serão identificados e punidos.
A recepcionista do gabinete foi ferida quando o grupo, formado por vereadores de oposição e pais de alunos, apareceu com faixas e cartazes, aos gritos. Ela se postou frente à porta e acabou em estado de choque após a agressão.
Outra pessoa que foi empurrada é o motorista do prefeito Volnei Morastoni (MDB), Edson Luiz Gastaldi.
No momento da invasão ao gabinete estavam os vereadores Osmar Teixeira (SD), Adriano Klawa (PL), Beto Cunha (PSDB), Otto Quintino (sem partido), Marcelo Werner (PSC), Chris Stuart (PSC) e Ana Carolina Martins (PSDB).
Com a confusão instaurada, o grupo foi acomodado na sala de reuniões e gritou o nome do prefeito até ele aparecer. O delegado Colatto e o comandante da PM, Ciro Adriano da Silva, além de representantes da secretaria de Educação e de Segurança Pública de Itajaí, conversaram com os presentes.
Durante quase duas horas, os policiais e o prefeito explicaram as medidas que estão sendo tomadas para garantir a segurança nas escolas.
O prefeito frisou que a vigilância armada nas escolas será implantada, mas que os prazos legais e os ritos para contratação de empresas privadas precisam ser respeitados.
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Botão de pânico
Ainda nessa quinta-feira, Itajaí confirmou que o "Botão de Pânico" nas escolas municipais terá o início do funcionamento na segunda-feira que vem. Os profissionais da educação estão passando por terinamento para o uso de um aplicativo no celular que servirá pra pedir ajuda às forças de segurança em casos de emergência na rede municipal de ensino.
O que a servidora narrou à polícia
A servidora Estela contou que ao receber o grupo, liderado pelo presidente da câmara, Marcelo Werner, pediu que todos aguardassem que um responsável iria atendê-los. “Ao abrir a porta para chamar seus superiores, foi surpreendida pelo presidente e seu assessor, que puxaram a porta para invadir o gabinete. Que o assessor Rafael, a agarrou pelo pescoço, puxando-a para trás, a fim de permitir a passagem do presidente da câmara. Que, ao agarrá-la com violência, o mesmo provocou diversos arranhões na área do peito, abaixo do pescoço. Que o agressor tentou imobilizá-la até que a porta ficasse totalmente aberta, para a entrada dos invasores e, para isso, foi imobilizada contra uma parede”, relatou no BO.
“O assessor Rafael ainda tentou investir contra o motorista do prefeito, mas que foi contido por outros servidores do gabinete”, completou o relato.
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Assessor diz que não agrediu servidora
Rafael Lustosa, assessor do gabinete da presidência do vereador Marcelo Werner, rebateu a queixa de agressão. “Em nenhum momento eu toquei nela. Jamais machucaria aquela senhora que tem idade para ser minha mãe”. Rafael diz que não sabe como a senhora se machucou.
Já sobre o empurrão que ele deu no motorista do prefeito Volnei, cena que foi filmada, Rafael disse que agiu por instinto de defesa. “Eu fiz um boletim de ocorrência contra o motorista também, pois o mesmo se aproximou do meu ouvido e com ar de deboche perguntou: “vocês querem entrar?” Em seguida, com a mão esquerda, ele apertou a minha cintura próximo da costela. Meu impulso foi de empurrar”, justificou Rafael.
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Bate-boca entre prefeito e vereador

Prefeito e Osmar bateram boca
O prefeito Volnei Morastoni e o vereador Osmar Teixeira (SD) tiveram um bate-bocas sobre o tempo necessário para a contratação dos profissionais armados para as escolas. “Os prazos são para todos os prefeitos de Santa Catarina. São os prazos do serviço público!”, justificou o prefeito.
O vereador pediu para ser ouvido e o prefeito rebateu. “Eu estou ouvindo, mas fale a verdade. Você está mentindo, pois nós temos prazos. Fica aqui de braço dado comigo o dia inteiro que você vai saber dos prazos”, se exaltou Volnei.
O vereador respondeu que “bastaria lhe convidar”. “É só o senhor chamar os vereadores, não fazer reuniões secretas...”, disse Osmar. Volnei rebateu dizendo que “a única reunião foi a do grupo de trabalho montado para discutir as medidas de segurança”.
O vereador continuou se queixando e dizendo que “somente os vereadores aliados do executivo foram chamados para a reunião”. O bate-boca terminou com o prefeito chamando Osmar de “guri, moleque, mentiroso e que deveria parar de mentir....”.
