BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Projeto mapeia casas antigas de madeira pra roteiro de passeio histórico

Levantamento é de mais de 60 imóveis que não foram tombados e podem desaparecer a qualquer momento

Arquitetura de madeira marcou cultura de veraneio e os primeiros anos da formação de BC
(fotos joão batista)
Arquitetura de madeira marcou cultura de veraneio e os primeiros anos da formação de BC (fotos joão batista)
miniatura galeria
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Projeto em Balneário Camboriú mapeia casas antigas de madeira que estarão num roteiro de passeios a pé pela cidade e farão parte de um acervo online e de catálogo impresso das construções. O mapeamento está quase pronto, com cerca de 60 imóveis. A previsão é que o projeto seja lançado no início de junho, com apresentação do site, material impresso, caminhada guiada e transmissão na internet.

O arquiteto e urbanista Gabriel Gallarza é quem está tocando o projeto. Ele faz parte do Observatório de Interações no Ambiente (OiA), um coletivo estadual com projetos nas áreas de urbanismo, meio ambiente, patrimônio cultural e artes. Em Balneário, o movimento já fez o mapeamento da bacia do rio Camboriú, de praças e de árvores da cidade.

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O projeto das casas de madeira cataloga construções que remontam a 1960, década de emancipação política de BC, com registro de plantas arquitetônicas que envolve residências, comércios e hotéis. Além de casas no centro, onde estão a maioria das construções, o mapeamento também traz moradias em bairros próximos como Pioneiros e Ariribá.

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Balneário não tem nenhuma casa tombada como patrimônio histórico, por isso não há residências com garantia de preservação no levantamento. Alguns imóveis estão à venda e outros no alvo de demolições pra virarem prédios, como a casinha branca e vermelha no trecho da avenida Atlântica, na Barra Sul. Outra que já deu lugar para obras mas está no estudo é a antiga casa de veraneio do ex-presidente João Goulart, onde funcionava um restaurante.

Mesmo que alguns imóveis venham a desaparecer em breve, o projeto busca garantir a preservação da memória de uma paisagem que revela parte significativa da identidade cultural da cidade. Gabriel explica que as arquiteturas de madeira foram determinantes na formação dos primeiros anos de BC, quando a cidade surgia como um calmo balneário com esparsas casas de veraneio ao longo da orla.

“Hoje, a cidade assume uma identidade equivalente às grandes metrópoles com seus arranha-céus e testemunha o quase desaparecimento destas arquiteturas na paisagem urbana”, observa. Com a verticalização da cidade, as casas de madeira persistem entre grandes prédios que surgiram nas últimas décadas, mas o arquiteto avalia que, em breve, elas já não resistirão à pressão do intenso mercado imobiliário.

“Estas arquiteturas ainda não foram estudadas e são muito pouco conhecidas, divulgadas e protegidas”, comenta, destacando a importância do projeto. Para Gabriel, a proposta é ajudar a entender como se deu o processo de ocupação e desenvolvimento urbano da região, com a construção de casas de madeira que marcaram os primeiros momentos da cidade e contribuíram para a cultura de veraneio.

“As arquiteturas de madeira são parte integrante do patrimônio cultural de Balneário Camboriú, sendo testemunhas de toda a história do desenvolvimento da cidade”, ressalta. Além de imagens e informações a serem disponibilizadas em site, o material impresso sobre os imóveis será distribuído de graça à população e turistas, em escolas, espaços culturais e pontos turísticos da cidade.

 

Troca de informações com moradores antigos

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Até a casa de veraneio do ex-presidente João Goulart deu lugar para obras de futuros edifícios

Até a casa de veraneio do ex-presidente João Goulart deu lugar para obras de futuros edifícios

 

Imagens e informações do projeto foram apresentadas neste mês por Gabriel Gallarza no “Café com História”, encontro de servidores do Arquivo Histórico e Fundação Cultural com pessoas da comunidade sobre as histórias da cidade. Na reunião, o arquiteto conversou com moradores pra resgatar dados das casas de madeira que ainda existem, com base nas lembranças dos participantes.

Os dados apurados vão compor o acervo do estudo, reunindo informações sobre data de construção, arquiteto ou construtor responsável pelo imóvel, dono ou morador, uso original da casa e situação atual, entre outras. Os endereços das construções estarão no site a ser lançado, formando um roteiro de passeio pela história da cidade que poderá ser percorrido a pé no Centro.

O projeto que está mapeando os imóveis foi selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – Edição 2022. Ele é feito com recursos do governo estadual, por meio da Fundação Catarinense de Cultura.

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