50 pessoas
Até crianças são resgatadas em condições de escravidão em fazendas de arroz gaúchas
O crime aconteceu em fazendas de Uruguaiana
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Mais um caso de trabalho escravo foi descoberto numa propriedade do Rio Grande do Sul. Uma operação conjunta do Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego e Polícia Federal resgatou 56 pessoas em Uruguaiana na sexta-feira. Foi o maior resgate de trabalhadores em condições análogas à escravidão registrado no município.
As vítimas estavam presas em duas fazendas de arroz no interior da cidade e, dentre elas, 10 eram menores de idade, entre 14 e 17 anos. Eles faziam o corte manual do arroz, aplicavam agrotóxico sem equipamentos de proteção e andavam longas jornadas para chegar na lavoura.
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Os trabalhadores relataram que recebiam R$ 100 por dia, mas a comida e as ferramentas de trabalho eram por conta própria.
Com isso, o alimento estragava e muitos não comiam nada durante o dia inteiro de trabalho. Em caso de doença, havia desconto no pagamento. Um dos jovens chegou a se ferir com um facão e ficou sem o movimento de dois dedos do pé.
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A operação foi feita após uma denúncia relatar o trabalho irregular com a presença de menores de idade. A fiscalização encontrou não apenas os jovens, como trabalhadores adultos submetidos a este crime.
As vítimas são de cidades gaúchas e teriam sido chamadas por um agenciador de mão de obra que operava no oeste do Rio Grande do Sul. Ele foi preso em flagrante. Os empregadores serão notificados a assinar a carteira de trabalho e pagar as verbas rescisórias.
Depois, o Ministério Público do Trabalho vai pleitear os pagamentos de indenizações por danos morais individuais e coletivos. Os resgatados foram levados de volta para casa.