“Fim do Mundo”
Megaoperação da PF contra lavagem de dinheiro cumpre mandados em BC
Cerca de 100 policiais federais cumprem 18 mandados de prisão e 31 de busca e apreensão em três estados
Juana Dobro [editores@diarinho.com.br]



A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira uma megaoperação para combater a lavagem de dinheiro oriunda do tráfico de drogas e de armas. Batizada de "Fim do Mundo", a ação mobiliza mais de 100 policiais federais em três estados - Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro - para cumprimento de 18 mandados de prisão e 31 de busca e apreensão.
Em Santa Catarina o alvo são imóveis em Balneário Camboriú. Segundo a PF, a organização criminosa tem pelo menos 30 acusados e movimentou mais de R$ 100 milhões nos últimos três anos. Líderes da quadrilha compravam imóveis de luxo em BC para lavar dinheiro e contavam com ajuda de laranjas e um casal de corretores da cidade.
A investigação teve início em maio de 2020 com o objetivo de combater o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro de uma quadrilha com atuação em uma comunidade do Rio de Janeiro.
Além dos mandados desta quinta-feira, foram sequestrados 15 imóveis, 19 automóveis e duas embarcações nos municípios fluminenses do Rio de Janeiro, Mangaratiba, Angra dos Reis, e também em Balneário Camboriú e Foz do Iguaçu (PR).
A megaoperação foi autorizada pela 1ª Vara Criminal do Rio de Janeiro e tem apoio do Gaeco do Ministério Público estadual do Rio de Janeiro.
A quadrilha
Segundo a PF, a investigação apontou para três grupos criminosos pertencentes à mesma facção. Cada um deles tinha uma tarefa e buscava dar legalidade ao dinheiro obtido ilegalmente.
O primeiro deles – liderados por dois irmãos, responsáveis pelo transporte de drogas e armas nas comunidades do Rio de Janeiro – utilizava o lucro do tráfico para comprar imóveis de alto padrão em Balneário Camboriú em nome de terceiros, com auxílio de um casal de corretores catarinenses. Segundo a PF, entre os denunciados estão a mãe, as esposas e as irmãs dos líderes da organização criminosa que gozavam de uma vida de luxo no município e movimentavam valores exorbitantes em suas contas bancárias.
O segundo grupo, responsável pelo tráfico de drogas no Rio de Janeiro e Belo Horizonte (MG), comprava automóveis de luxo e imóveis em condomínios de alto padrão. A PF já havia identificado imóveis deste núcleo em três cidades do Rio de Janeiro - todos já sequestrados.
O terceiro grupo, também com atuação no tráfico de drogas, usava empresas de fachada para ocultar a origem do dinheiro arrecadado.
Os investigados responderão pelo crime de lavagem de dinheiro e de organização criminosa, cujas penas somadas podem chegar a 24 anos de prisão.
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