FIM DO IMPASSE
Prefeito Volnei Morastoni renova contrato com a APM Terminals
Decisão foi comemorada pelos trabalhadores portuários que temiam uma paralisação do terminal a partir de janeiro
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O prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), depois de uma sexta-feira tumultuada, assinou o contrato de arrendamento provisório dos berços 1 e 2 do Porto de Itajaí com a APM Terminals. A assinatura ocorreu após reunião com o diretor superintendente da APM, Aristides Russi Junior, muita pressão dos sindicatos, da classe empresarial, e até a anunciada demissão do superintendente do porto de Itajaí, Fábio da Veiga, que acabou revertida depois da decisão.
O documento foi assinado eletronicamente pelo superintendente do Porto, Fábio da Veiga, e presencialmente por Aristides e Morastoni. A pressão ocorreu porque a classe de trabalhadores portuários entendia que a APM é a opção mais acertada para manter o porto de Itajaí ativo a partir de janeiro de 2023.
Volnei justificou a decisão dizendo que a administração trabalhava para efetivar o contrato transitório desde julho, quando uma comitiva municipal esteve em Brasília, na Secretaria Nacional de Portos, para tratar da renovação do convênio de delegação solicitado pela União.
“A assinatura desse contrato é fundamental para a manutenção dos trabalhos em nosso porto enquanto o governo federal não conclui o processo de desestatização do terminal, que definirá o novo operador portuário de Itajaí para próximas décadas, mas que infelizmente está atrasado”, disse o prefeito.
O contrato prevê o pagamento de R$ 2,3 milhões mensais pela APM ao município e tem duração de dois anos, ou até a privatização do porto. “Havia um apelo dos trabalhadores e da sociedade para que a APM permanecesse e, após todas as análises técnicas e jurídicas da superintendência do Porto, estamos felizes em anunciar a assinatura do contrato”, disse Volnei.
O superintendente da APM Terminals Itajaí, Aristides Junior, afirma que a empresa dialogou com as autoridades locais e federais desde sempre. “Agora, com a segurança de que estaremos operando em 2023, podemos voltar ao mercado e reposicionar Itajaí como uma ótima opção aos nossos clientes”, disse o executivo.
Aristides confirma que a decisão de permanecer em Itajaí é arriscada. “Estamos assumindo os riscos que o momento nos impõe, mas não poderíamos simplesmente deixar o porto de Itajaí. Nosso time local e regional está completamente empenhado em recuperar mercado”, afirma. Se a APM movimentar mais de 15 mil contêineres ao mês, ainda dará mais um valor mensal pelo resultado ao porto de Itajaí.
Superintendente do porto de Itajaí quase foi exonerado
No começo da manhã de sexta-feira, o superintendente do porto de Itajaí, Fábio da Veiga, disse ao DIARINHO que aguardava a publicação de sua exoneração. O motivo da saída seria a decisão do prefeito Volnei de assinar o contrato com a Ctil Logística, que venceu o certame para tocar o porto por dois anos, mas no entendimento de Fábio não tinha condições técnicas para comandar a operação.
“Não há mais tempo hábil de se fazer uma transição e manter o porto operativo em 1º de janeiro, e por isso, a decisão de assinar com a APM, respeitando também a vontade dos trabalhadores portuários, empresários e de toda a sociedade civil organizada é a acertada”, explicou.
No início da noite, após a assinatura do contrato com a APM, Fábio confirmou ao DIARINHO que permanecerá na superintendência do porto de Itajaí.