Verão
Itajaí libera mesas e cadeiras de bares nas praias, mas cobrança é proibida
Até a temporada passada, era proibido que espaços ficassem “reservados” por bares e restaurantes, agora não é mais
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A prefeitura de Itajaí mudou as regras para a temporada 2022/2023 e retirou a limitação de kits de mesas, cadeiras e guarda-sóis que cada bar e restaurante pode distribuir na areia da praia. Na prática, a medida permite que bares e restaurantes ocupem uma área maior do espaço público. A regra anterior previa até 15 conjuntos em Cabeçudas e até 30 na Praia Brava, que poderiam ser ampliados em caso de necessidade. A cobrança pelo uso dos equipamentos continua proibida.
O kit que pode ser colocado na areia é formado por mesa, duas cadeiras, guarda-sol e espreguiçadeira (permitida apenas na Brava). Outros materiais como sofás e colchões chegam a ser usados, mas são proibidos pela regra.
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A ideia da limitação era evitar que os equipamentos fossem usados pelos estabelecimentos pra “reservar” espaço na areia. Sem a restrição, fica liberada a colocação dos conjuntos. A única obrigação é manter o distanciamento mínimo de 1,5 metro de cada lado e ocupar a área da praia em frente ao estabelecimento. A liberação de espaço que não seja em frente ao comércio ficará a critério da Secretaria de Urbanismo.
Os materiais deverão ser retirados da praia diariamente, após fim do expediente de cada estabelecimento, e o espaçamento entre os kits deve permitir a circulação das pessoas. No caso dos quiosques que atendem na Praia Brava, a normativa prevê que o atendimento na faixa de areia será permitido com o limite de 10 kits. Condomínios, hotéis e pousadas poderão instalar os equipamentos mediante pedido e demanda dos clientes. Em Cabeçudas, a norma proíbe espreguiçadeira.
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A normativa manteve outras regras sobre o uso do mobiliário de praia, como proibição de cobrança pelos equipamentos, de exigência de consumação mínima, perturbação do sossego, impedimento de acesso às praias e colocação de cordas ou cabos pra delimitação de espaços.
A colocação de tapetes na areia, liberada da última temporada pra facilitar a circulação de cadeirantes, pessoas com bengalas, muletas ou carrinhos de bebê, entre outros usuários com problemas de locomoção, seguirá valendo.
Pode rolar multa e apreensão
A fiscalização das regras ficará por conta de quatro órgãos municipais. A Secretaria de Urbanismo atenderá os casos relativos ao Código de Posturas, que envolvem liberação de alvarás, uso de espaços públicos e funcionamento de comércios.
Questões ligadas ao meio ambiente, como poluição sonora e danos à restinga, serão fiscalizadas pelo Instituto Itajaí Sustentável (Inis). A Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância Sanitária, vai atuar nos casos de descumprimento de regras ligadas à saúde pública. Por último, o Procon vai fiscalizar os estabelecimentos quanto aos direitos do consumidor.
O descumprimento de regras da normativa prevê desde a notificação do responsável até a suspensão do serviço e recolhimento de materiais, além de outras penalidades previstas em leis municipais, estaduais e federais.
A Secretaria de Urbanismo não explicou como será a fiscalização na temporada até o fechamento da matéria.
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Vereadora cobra adequações
A vereadora Anna Carolina (PSDB) apontou em manifestação na tribuna da Câmara o que considerou “falhas graves” na regulamentação, como a falta de definição do número de kits que cada estabelecimento pode colocar na areia e a dificuldade para a população fazer denúncias. Ela ainda destacou não estar claro o que será enquadrado como perturbação do sossego e quem irá fiscalizar.
Anna defendeu algumas medidas pra que haja fiscalização e cumprimento das regras. Entre elas, a instalação de uma base de fiscalização na Praia Brava, a centralização de denúncias num único telefone, a opção de denúncias pelo aplicativo Conecta.í e limitação dos kits de mobiliário de praia.
A vereadora considerou que a normativa é necessária para evitar excessos, mas que a fiscalização precisa funcionar. “Na instrução normativa diz que Inis, Procon, Vigilância Sanitária e Secretaria de Desenvolvimento Urbano são os responsáveis pela fiscalização, cada um na sua área. Mas na prática isso não funciona, principalmente nos finais de semana e feriados, o que favorece com que abusos ocorram”,criticou.
Urbanismo estuda regras para ambulantes da Beira Rio
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Cerca de 20 veículos ficam permanentemente na avenida
A prefeitura de Itajaí proíbe a colocação de materiais e equipamentos sobre os passeios ou nas ruas de acesso às praias por estabelecimentos ou vendedores. Também é proibido estacionar, por mais de 24 horas, veículos equipados para atividade comercial.
O mesmo entendimento não tem ocorrido na avenida Beira Rio, no bairro Fazenda, onde queixas sobre a falta de organização dos food-trucks continuam. A Secretaria de Urbanismo estuda uma proposta pra disciplinar o serviço. O plano é delimitar espaços específicos para os trailers ao longo da avenida, mas, às vésperas do verão, a pasta não informou em que pé está esse projeto.
Moradores e visitantes questionam a falta de regras, a quantidade de carrinhos de lanche e o impacto visual que causam, além de os veículos ocuparem vagas públicas de estacionamento.
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Só no trecho da praça Genésio Miranda Lins, eram 22 carrinhos ou trailers nesta semana, 15 do lado do rio e sete no lado da praça. A maioria fica permanentemente estacionada, mesmo quando não há atendimento.
Há reclamações sobre a quantidade de lixo, cadeiras colocadas no gramado e nas calçadas e falta de higiene. No trecho do píer dos pescadores, um morador relatou que a colocação de materiais no passeio tem atrapalhado a circulação. “As cadeiras trancam a calçada na Beira Rio. Temos que andar na rua porque as mesas estão trancando a calçada. Um absurdo isso”, disse.
O comércio ambulante em vias públicas é regrado pelo Código de Posturas. O estacionamento dos vendedores em local público depende de licença especial da prefeitura. A licença para os vendedores na Beira Rio não determina um ponto específico de permanência.