Porto de Itajaí
Prefeito Volnei considera vetar a renovação com a APM Terminals
Decisão final sobre o futuro do porto deve ser anunciada nesta quinta-feira
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
O prefeito Volnei Morastoni (MDB), que retornou de licença médica de 60 dias na última terça-feira, está analisando a renovação do contrato provisório entre o Porto de Itajaí e a APM Terminals, atual arrendatária do terminal, para a empresa continuar tocando os berços até o processo de privatização ser concluído pelo governo federal. O presidente da Intersindical, ouvido pelo DIARINHO, revela que Morastoni está inclinado a assinar com a Ctil Logística, que venceu o certame para tocar o porto provisoriamente.
A indefinição foi confirmada ao DIARINHO pela prefeitura e pelo superintendente do porto de Itajaí, Fábio da Veiga. Via assessoria de comunicação, o prefeito confirmou que está se inteirando dos trabalhos realizados em sua ausência. Já o superintendente Fábio da Veiga comentou que o prefeito não tomou nenhuma decisão ainda.
“Estamos na tramitação final da assinatura. O prefeito Volnei retornou e está analisando alguns pleitos sensíveis, mas deve resolver isso nesta quinta-feira. Não fez nenhuma posição oficial no sentido “não é para assinar”. Simplesmente está analisando e esperamos que amanhã possa dar uma decisão final pra gente resolver este assunto, virar esta página, para que o porto permaneça operativo ano que vem, já que o tempo está praticamente esgotado em decorrência da demora que o governo federal teve em assinar a renovação do convênio de delegação”, informou Fábio.
Ouvido pelo DIARINHO, Ernando João Alves Junior, o Correio, presidente do Sindicato dos Arrumadores e da Intersindical, afirmou que o prefeito Volnei estaria considerando não assinar a renovação com a APM, para assim firmar contrato com a Ctil Logística que venceu o certame para tocar o porto provisoriamente por dois anos, enquanto não sai a privatização total do cais.
“Assim que a gente teve essa informação, nos reunimos com o prefeito e realmente ele disse que não tem nada decidido. Ele não autorizou a assinatura com a APM e deixou bem claro que ele aposta na Ctil. E a APM, até o momento, não garantiu nenhuma carga ao porto de Itajaí. Ele viu uma perspectiva de melhor futuro com a Ctil”, revelou Ernando.
A posição do prefeito contraria o entendimento da Intersindical e dos sindicatos de trabalhadores que atuam no porto. “Deixamos bem claro para o prefeito que a APM é a melhor saída. Pelo que foi discutido na Antaq, para a continuidade da operação com contêiner em Itajaí, tem que ser a APM. Estamos bastante receosos porque pela conversa está bem direcionado que ele [o prefeito] está optando pela Ctil”, narrou Ernando.
A Intersindical e os sindicatos prometem levar o caso à justiça se a posição for favorável à Ctil. “Se amanhã não tiver essa decisão ou se essa decisão for pela Ctil, estamos preparados para mobilizar os trabalhadores, acionar a assessoria jurídica, porque fomos pegos de surpresa no dia de hoje por essa decisão do prefeito. Até então o prefeito em exercício Marcelo Sodré e o Fabio da Veiga já tinham anunciado que conseguiram chegar a um acordo com a APM e que seria assinado o contrato”, finalizou Ernando.
Prazo apertado
O contrato com a APM vence dia 31 de dezembro e pode ser renovado por até dois anos. No dia 10 de novembro, o então prefeito em exercício e vice-prefeito da cidade, Marcelo Sodré (PDT), e o superintendente gravaram vídeo, direto de Brasília, anunciando a renovação do contrato provisório com a APM pelo valor de R$ 2 milhões mensais.
O prefeito em exercício justificou que, após reunião na Antaq, não haveria tempo suficiente para a instalação da nova arrendatária, a Ctil, no comando do cais. A superintendência anunciou o cancelamento do processo de licitação que teve como vencedora a Ctil e que havia vencido o certame com a maior oferta de valores pelos berços 1 e 2.
A proposta da APM seria da metade do valor. Mas a APM estaria disposta a pagar um valor variável pela área pública, dependendo da movimentação de linhas.