Duas  vítimas fatais do deslizamento na BR 376, na serra que liga o Paraná a Santa Catarina, foram identificadas nesta quarta-feira. O Corpo de Bombeiros estima que ainda possam  haver de 30 a 50 pessoas desaparecidas no local dos deslizamentos.

A corporação desmentiu a informação de que há um ônibus entre os veículos soterrados. A tragédia na serra de Guaratuba causou duas mortes confirmadas.  Houve seis feridos resgatados com vida e estma-se que haja até 50 pessoas desaparecidas.

O caminhoneiro José Maria Pires, de 60 anos, foi a primeira vítima fatal identificada. O corpo dele tinha sido encontrado fora do caminhão acidentado. José era natural de São Francisco ...

A corporação desmentiu a informação de que há um ônibus entre os veículos soterrados. A tragédia na serra de Guaratuba causou duas mortes confirmadas.  Houve seis feridos resgatados com vida e estma-se que haja até 50 pessoas desaparecidas.

O caminhoneiro José Maria Pires, de 60 anos, foi a primeira vítima fatal identificada. O corpo dele tinha sido encontrado fora do caminhão acidentado. José era natural de São Francisco do Sul, morador do bairro da Praia do Forte. Seria dele o caminhão que, em diversas imagens da tragédia, aparece dependurado na rodovia.

O veículo que transportava um contêiner foi atingido pelo deslizamento e o caminhoneiro teria sido arremessado para fora da cabine. A família reconheceu o caminhão por meio das primeiras imagens divulgadas. O corpo de José foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba. O sepultamento será nesta quinta-feira, em São José dos Pinhais (PR).

A segunda vítima fatal é Márcio Rogério de Souza, de 51 anos. O corpo dele estava dentro do caminhão e foi encontrado pelas equipes de resgate na tarde de terça-feira.

Márcio é natural de Curitiba e ex-funcionário da TransBurg, que tem sede em Ponta Grossa.  O nome da atual empresa que é proprietária do caminhão não foi informado. “Um dia a saudade deixa de ser dor, e vira história pra contar… você sempre foi irmão para mim, sempre carinhoso e sempre elogiando. Estou triste, devastada. Eu estava crendo que você ia sobreviver”, escreveu uma amiga de Márcio nas redes sociais.

Buscas não param

As buscas continuam no local, mas as condições do tempo prejudicam a operação. As equipes trabalham na limpeza da pista e retirada de escombros. Segundo os bombeiros, ainda não é seguro trabalhar na área. Conforme a Defesa Civil, há risco de novos deslizamentos no local encharcado pela chuva que não dá trégua.

As equipes usam drones pra fazer uma varredura  do local e contam com câmera com sensor de calor pra identificar possíveis sobreviventes do acidente.

“Não parou de chover”, diz major de SC

O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina presta apoio à operação na serra com 35 bombeiros, 10 viaturas e uma dupla de cães farejadores. Há uma equipede Itajaí e uma de Balneário Camboriú.

De acordo com o major Marcus Vinícius Abre, que representa a corporação catarinense no comando, a chuva tem dificultado o trabalho da equipe.

O terreno é de difícil acesso e não parou de chover. Nossas equipes estão com bastante dificuldade de chegar até as vítimas" - Vinícius Abre -  Major dos bombeiros

"Tô aqui vivo, mas tô no meio da terra," desabafa em vídeo um dos sobreviventes do acidente

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um caminhoneiro que “renasceu” ao sobreviver ao soterramento no quilômetro 669 da BR 376, em Guaratuba (PR), na serra entre os estados do Paraná e Santa Catarina.

No vídeo feito pelo próprio caminhoneiro, ele aparece com ferimentos no rosto e ainda preso na cabine do caminhão. “Tô aqui vivo, mas tô no meio da terra. Só em um cantinho que sobrou do caminhão, todo cheio de corte, mas tô vivo, graças a Deus. Deus quis que eu vivesse mais uma vez. Agora é só descobrir o porquê – se vivo é por Deus, se morro é por Deus”, falava, bastante emocionado. 

“Está ruim para respirar, acho que estou com a cabeça cortada, mas estou vivo”, repete.

Segundo o governo do estado do Paraná, a vítima é José Altair, de 43 anos. Ele é caminhoneiro e estava em um dos caminhões atingido pela queda da barreira.

Altair foi resgatado pelos bombeiros voluntários de Joinville, que prestam apoio à operação de emergência, e foi levado para o hospital pela Polícia Militar na madrugada de terça-feira.

A polícia Rodoviária Federal do Paraná disse que não tinha conhecimento do vídeo, mas acreditava se tratar do motorista resgatado na noite de segunda-feira. “Temos a informação que o motorista de um caminhão branco conseguiu sair do veículo e foi resgatado ainda no dia da queda de barreira”, informou a PRF.

Pessoas desaparecidas

O governo do Paraná abriu um canal de atendimento para familiares e amigos de pessoas que possam ter desaparecido no deslizamento.

O contato das famílias pode ser feito com a Central de Atendimento da Polícia Científica, pelo telefone (41) 3361-7242, que atende 24 horas. Até a tarde de quarta-feira, 19 pessoas tinham  acionado o serviço. Outras informações sobre a ocorrência na serra podem ser obtidas pelo telefone 0800 282 8082, do Centro de Operações Cidade da Polícia.