RAnking da grana
Jorginho Mello recebeu quase R$ 10 milhões pra campanha a governador
Odair Tramontin, do Novo, dispõe de apenas R$ 500 mil pra gastos, quase tudo vindo de doações; ele recusou dinheiro do fundão
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A campanha do senador Jorginho Mello (PL) ao governo de Santa Catarina é a que mais recebeu recursos entre os concorrentes a governador. Segundo dados da prestação de contas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC), o candidato soma quase R$ 9,5 milhões em receitas, 96% delas vindas do fundo partidário. O restante é a soma de doações e recursos próprios. Não há recursos do fundo eleitoral, o “fundão”.
O montante é quase o dobro da segunda campanha mais cara, a do senador Esperidião Amin (PP), que registra R$ 5 milhões em recursos na corrida ao governo do estado. No caso de Amin, no entanto, 98% (R$ 4,9 milhões) da receita vem do fundo eleitoral, que é a principal fonte de financiamento de campanha da maioria dos candidatos. Na corrida ao governo, Amin é quem mais recebeu verba do “fundão”.
Efetivamente, segundo a prestação de contas até o momento, Jorginho já pagou R$ 5 milhões em despesas de campanha, com R$ 6,4 milhões em gastos totais contratados. Amin gastou mais de R$ 2 milhões e tem despesas contratadas de quase R$ 4 milhões até o momento. Os valores de recursos públicos não utilizados na campanha devem ser devolvidos aos respectivos fundos.
O ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (UB), tem a terceira campanha mais abonada entre os candidatos a governador, com R$ 4,4 milhões, 76% vindos do fundo eleitoral e 24% do fundo partidário. Em seguida, aparece o atual governador, Carlos Moisés (Republicanos), com R$ 4,1 milhões, sendo 50% de doações, 43% do “Fundão” e 6% do fundo partidário.
A campanha de Décio Lima (PT), de R$ 2,5 milhões, tem recursos que são 100% do fundo eleitoral. O partido é o segundo do país que mais recebeu receitas do financiamento devido à representatividade no Congresso Nacional, abocanhando 10% do total de verbas. O União Brasil lidera a lista, com 15% dos quase R$ 5 bilhões do fundo.
O partido Novo renunciou ao uso de recursos do “fundão”. Em Santa Catarina, o candidato ao governo pela sigla, Odair Tramontin, soma mais de R$ 500 mil na campanha, quase tudo vindo de doações, além de recursos próprios e financiamento coletivo. O pedetista Jorge Boeira também tem a maior parte da receita de recursos próprios (80%) e doações.
Entenda o fundo eleitoral x fundo partidário
Criado em 2017, o fundo eleitoral se tornou a principal fonte de receita das campanhas. A distribuição dos recursos, vindos do Tesouro Nacional, segue critérios conforme a representação dos partidos no Congresso Nacional, mas ao menos 2% são repassados igualmente entre as siglas. Neste ano, o fundo distribuiu R$ 4,9 bilhões.
Mais antigo, o fundo partidário é distribuído aos partidos anualmente, com recursos vindos do orçamento da União, multas eleitorais, financiamento coletivo e doações diretas às siglas. Neste ano, o valor somou R$ 1,1 bilhão.
Senado tem campanhas milionárias
Entre os candidatos a senador em Santa Catarina, Celso Maldaner (MDB) lidera com mais recursos de campanha, com 94% (R$ 2,5 milhões) do fundo eleitoral. Jorge Seif Jr. (PL), que tem a sede da campanha em Balneário Camboriú, aparece em seguida, à frente de Raimundo Colombo (PSD) e Dário Berger (PSB). Os quatros candidatos formam o grupo com recursos milionários na campanha, com a maior parte vinda do “fundão”.