Tragédia no Espinheiros
Padrasto que matou enteada “estava com o demônio no corpo”, desabafa o irmão da vítima
Adolescente de 16 anos conta que a irmã de 7 anos morreu ferida no seu colo
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]

Um áudio do adolescente de 16 anos, irmão da menina assassinada pelo padrasto Marciel Medeiros, na noite de segunda-feira, circula nas redes sociais e conta um pouco do que as vítimas passaram dentro da casa da família, no bairro Espinheiros, em Itajaí.
“Ele estava com o demônio no couro, porque ele não é de fazer isso”, dizia parte do áudio do garoto a um amigo. Segundo o adolescente, o padrasto e a mãe estavam brigando quando ele chegou em casa.
As informações iniciais são de que a briga teria ocorrido por ciúmes. “… Ele foi para cima da mãe e eu não deixei. Eu fui dar um soco nele e ele saiu fora, trancou o portão elétrico. Ele pegou a faca e falou que ia matar a minha irmã”, conta o adolescente.
Ao perceber que a irmã corria perigo, o adolescente entrou na casa. “Quando cheguei, ele estava matando minha irmã, na minha frente. Morreu no meu colo. Ele foi para dar [uma facada] no meu avô também. Eu coloquei a mão no meio para segurar a faca, e daí ele cortou o meu dedo”, conta o áudio do adolescente.
A menina foi socorrida e levada para a UPA do bairro Cordeiros, onde acabou falecendo após dar entrada na unidade. O adolescente afirmou que a irmã não foi estuprada pelo padrasto, conforme informações que circularam na noite de segunda-feira.
"Peço por gentileza que não repasse notícia falsa: não houve estupro. Eu estava no local e presenciei o ato cruel contra um anjo, mas não houve estupro. Peço que não repasse, pela minha mãe e minha família" escreveu.
Velório no bairro Fazenda
O corpo da menina está sendo velado no cemitério municipal do bairro Fazenda, em Itajaí. O sepultamento está previsto para ocorrer às 17h.
A criança estudava no segundo ano da Escola Básica José Potter, no bairro Espinheiros. A direção da unidade disse que a menina era sempre muito alegre, carinhosa e muito meiga.
A direção ainda informou que o padrasto era bem participativo na vida escolar. Marciel participou da semana da família e na semana passada esteve no colégio buscando o boletim da enteada.
Logo após matar a menina e ferir o enteado adolescente, Marciel fugiu de casa a pé. Quase três horas após o assassinato da criança, ele foi encontrado em uma área de mata na rua Pedro Reis, cruzamento com a rua José Balduíno, no loteamento Portal 2.
Segundo a Guarda Municipal, durante a ação, o homem resistiu à prisão, investiu com uma faca contra um dos guardas que realizava o cerco e acabou baleado e morto no confronto. O local do velório e do sepultamento de Marciel não foi informado.