DIA DE DESPEDIDA

Menina Antonella é sepultada no cemitério da Fazenda

Criança de sete anos foi assassinada pelo padrasto na frente da mãe e do irmão de 16 anos; assassino foi morto pela GM

Antonella completaria oito anos em 14 de junho

(Foto: Franciele Marcon)
Antonella completaria oito anos em 14 de junho (Foto: Franciele Marcon)

Muitas flores, lágrimas e a saudade dos familiares marcaram a despedida da pequena Antonella, de sete anos, sepultada na tarde de terça-feira, no cemitério do bairro Fazenda, em Itajaí. A criança, que completaria oito anos no próximo dia 14 de junho, foi assassinada pelo padrasto, o agente de saúde do município de Itajaí, Marciel Medeiros, de 41 anos. Ela foi morta com golpes de faca no pescoço. O homem ainda agrediu e cortou o dedo do irmão mais velho a criança, de 16 anos, que tentou, em vão, proteger Antonella do ataque de fúria do padrasto. Ainda na noite de segunda-feira, Marciel foi morto depois de fugir e reagir à prisão da guarda Municipal de Itajaí.

A tragédia aconteceu dentro da casa da família, na rua Agenor Generoso Melo, no bairro Espinheiros, e está sendo investigada pela Polícia Civil de Itajaí. Os depoimentos da mãe de Antonella e o do irmão, de 16 anos, serão tomados pela delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.

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“Vamos respeitar o luto da família até porque o caso está resolvido. Foi instaurado um inquérito, porém com o resultado da morte do autor será extinta a punibilidade do acusado”, informou o delegado Alexandre Carvalho de Oliveira, da DPCAMI.

O delegado Alexandre afirmou que, diferente da informação inicial divulgada pela Polícia Militar,  não existem suspeitas de estupro à criança. De toda forma, o IML fará o laudo pericial que esclarecerá se houve algum tipo de violência sexual. Nas redes sociais, o irmão de Antonella afirmou que não houve estupro. “Peço por gentileza que não repasse notícia falsa: não houve estupro. Eu estava no local e presenciei o ato cruel contra um anjo, mas não houve estupro. Peço que não repasse, pela minha mãe e minha família,” escreveu nas redes sociais.

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Antonella estudava matriculada no segundo ano da escola Básica José Potter, no bairro Espinheiros. A direção da unidade descreveu a menina como alegre, carinhosa e meiga. A unidade ainda informou que o padrasto era participativo no ambiente escolar. Marciel esteve na semana da família e recentemente foi buscar o boletim da enteada.

Briga e vingança

Pela apuração inicial, Marciel Medeiros teria chegado do trabalho alterado. “Ele acabou por desencadear um desentendimento e discussão com a esposa e  ceifou a vida da criança e lesionou a mãe e o outro filho dela. Ainda não temos todas as informações, mas há relatos que ele era bem ciumento e possessivo”, informou o delegado Roney Péricles Gonçalves Alves, que atendeu o caso na Central de Plantão Policial (CPP), na noite de segunda-feira.

O relatório da Polícia Militar confirma que os vizinhos ouviram gritos durante o crime. Os vizinhos também viram o assassino largando a criança ferida e tentando fugir de moto. Depois ele desistiu de pegar o veículo e acabou fugindo a pé.

A menina foi socorrida pela família e levada para a UPA Cordeiros. A PM chegou a conversar com a mãe da criança na unidade de saúde. “Ela contou que estava em casa assistindo TV com a filha de sete anos e o seu filho de 16 anos e que seu marido, autor dos fatos, chegou em casa com cara estranha. Em ato contínuo seu marido iniciou discussão motivada por ciúmes e questionava supostas mentiras contadas por ela”, diz o relatório da PM.

A mãe pediu para a filha ir para o banho para não ouvir a briga do casal. “Neste momento o autor lhe desferiu um chute e o seu filho tentou intervir para que ele não a agredisse. Relata ainda que o masculino ameaçou atentar contra a mãe e a filha, tendo saído da sala em direção ao quarto da criança. Quando a mãe chegou, já se deparou com sua filha com um corte de faca no pescoço. Que então imediatamente familiares deslocaram à UPA do bairro Cordeiros e acionaram a PM”, narra o registro policial militar.

Morto na fuga

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Enquanto a família chorava a morte de Antonella, a PM e a GM estavam em rondas atrás de Marciel. Ele foi encontrado em uma área de mata na rua Pedro Reis, esquina com a rua José Balduíno, no loteamento Portal 2, por volta das 21h30. Marciel teria resistido à prisão, estaria armado com uma faca e acabou baleado e morto pelos guardas municiapis.

 

“Demônio no couro”, narra enteado

Em um áudio do irmão da menina que circula nas redes sociais, o rapaz conta que o padrasto estava fora de si no momento do crime. “Ele estava com o demônio no couro, porque ele não é de fazer isso”, dizia o áudio do garoto enviado a um amigo.

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Segundo o adolescente, o padrasto e a mãe estavam brigando.  “… Ele foi para cima da mãe e eu não deixei. Eu fui dar um soco nele e ele saiu fora, trancou o portão elétrico. Ele pegou a faca e falou que ia matar a minha irmã”, conta o adolescente.

Ao perceber que a irmã corria perigo, o adolescente reagiu. “Quando cheguei, ele estava matando minha irmã, na minha frente. Ela morreu no meu colo. Ele foi para dar [uma facada] no meu avô também. Eu coloquei a mão no meio para segurar a faca, e daí ele cortou o meu dedo”, diz o áudio do adolescente.

 

Casal era servidor público em Itajaí

Marciel Medeiros, de 41 anos, era agente de endemias da secretaria de Saúde de Itajaí. Ele atuava na prefeitura desde 2007. A mãe de Antonella, de 39 anos, é funcionária de uma unidade básica de saúde. Em luto, diante do bárbaro crime, as atividades do posto de saúde foram suspensas nessa terça-feira. Os atendimentos retornam nesta quarta-feira.

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