Joinville
Empresa culpa prefeitura por queda de calçada
Segundo consórcio, placas de concreto que cederam foram colocadas pela prefeitura neste ano, quando contrato de projeto de drenagem já tinha sido rompido
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O consórcio Motta Junior Ramos Terraplanagem, responsável pelas obras de macrodrenagem no centro de Joinville, responsabilizou a prefeitura pela queda da calçada sobre a galeria do rio Mathias, que deixou 33 pessoas feridas na segunda.
Em nota, a empresa afirmou que a intervenção para nova calçada foi feita pela prefeitura neste ano, após os contratos do projeto de macrodrenagem do rio Mathias já terem sido rescindidos pelo município, ainda em julho de 2020. Na ocasião do rompimento contratual, a área onde ocorreu o acidente estava isolada com tapumes e tinha avisos de segurança aos pedestres, lembrou a empresa.
“Não foi o consórcio quem instalou tais placas de laje que romperam, não tendo interferido nos serviços executados pelo município de Joinville no local, nem tampouco na sua decisão de liberar a área para acesso da comunidade”, esclareceu.
O consórcio informou que possui documentos e registros do local e que o material está à disposição das autoridades para ajudar na apuração dos fatos. O prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), disse que “muito provavelmente” a obra de macrodrenagem interferiu na estrutura da galeria que desabou.”
A prefeitura aguarda o andamento das investigações e as perícias técnicas para esclarecer as causas do acidente. Uma auditoria interna foi aberta. O projeto de macrodrenagem, criado contra as cheias no centro, começou em 2014 e teve o contrato rompido no ano passado com a obra inacabada. O caso é alvo de uma ação na justiça.
A queda da calçada em Joinville feriu 33 pessoas, entre 21 adultos e 12 crianças, que assistiam à abertura do evento de Natal em frente à prefeitura. As vítimas sofreram diversos ferimentos ao caírem na água. Bombeiros e policiais tiveram que fazer o resgate com uso de cordas. O acidente aconteceu na calçada sobre a galeria do rio Mathias, no encontro com o rio Cachoeira, onde foram instaladas comportas do sistema contra enchentes, que faz parte do projeto de macrodrenagem.
Na quarta-feira, o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas do Estado informaram que querem os resultados das perícias para apurar as responsabilidades. No MPF, os documentos serão juntados em ação civil pública que corre desde 2018 sobre falhas e atrasos no projeto de drenagem.