Abertura do natal

Prefeitura vai vistoriar galerias que engoliram calçada na festa de Joinville

Acidente na abertura do Natal vitimou 21 adultos e 12 crianças que estavam na calçada do centro da cidade

Técnicos vão avaliar causas do acidente e obras necessárias pra evitar novas tragédias
Foto: João Batista
Técnicos vão avaliar causas do acidente e obras necessárias pra evitar novas tragédias Foto: João Batista
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A prefeitura de Joinville deve decretar estado de emergência após a queda da calçada da galeria do rio Mathias, na noite de segunda-feira, em acidente que vitimou 33 pessoas, entre adultos, idosos e crianças, durante o evento de abertura da programação de Natal. O caso é alvo de investigação da polícia Civil e de auditoria interna da prefeitura.

O decreto será necessário pra agilizar um levantamento detalhado das condições das antigas galerias do centro de Joinville e das obras de macrodrenagem do rio Mathias, um braço do rio Cachoeira, que começaram em 2014 e estão inacabadas. O rompimento de contrato com o consórcio responsável pelo projeto é alvo de ação judicial.

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A prefeitura prevê uso de robôs e tecnologias pra fazer a inspeção das galerias. A contratação de empresa especializada será feita de forma emergencial. “Não sabemos as consequências das obras no rio Mathias e isso é preocupante”, disse o prefeito. O objetivo é evitar novos acidentes como o ocorrido.

O desabamento da galeria, entre a avenida beira-rio e o rio Cachoeira, em frente à prefeitura, deixou 33 pessoas feridas. Todas as vítimas tiveram alta hospitalar até à madrugada de terça-feira, segundo boletim do município. Do total, 21 adultos foram levados ao hospital São José e 12 crianças encaminhadas ao hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria.

Segundo a prefeitura, nenhum paciente teve ferimentos graves e o quadro de todos foi considerado estável. Ainda na noite de segunda-feira, todos os adultos tiveram alta, além de uma menina de nove anos.

Eram 10 homens, com idades de 15, 22, 29 (três vítimas com essa idade), 31, 39, 46, 58 e 67 anos, e 11 mulheres, com idades de 18, 22 (duas vítimas), 27 (duas vítimas), 29, 38, 43, 44, 51 e 70 anos.

Outras 11 crianças foram levadas pro hospital Infantil, sendo seis meninas com idades de 2, 3, 4 (duas vítimas), 6 e 9 anos e cinco meninos com idade de 1, 3 (duas vítimas), 6 e 11 anos, recebendo alta posteriormente.

Profissionais da secretaria da Saúde começaram a entrar em contato com as famílias oferecendo assistência médica e psicológica. Em razão das vítimas terem entrado em contato com água do esgoto, também será atualizado o calendário vacinal. Ainda está previsto que o Papai Noel fará visita às famílias, atendendo às crianças que não puderam ver o Bom Velhinho devido ao acidente.

Festa continuou após acidente

O acidente aconteceu logo após a abertura do Natal Cultural de Joinville, por volta das 20h. Parte da calçada às margens do rio Cachoeira cedeu. Equipes de segurança e salvamento prestaram os primeiros socorros.

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Conforme a prefeitura, a cerimônia foi interrompida por cerca de 40 minutos, período em que o atendimento foi prestado às vítimas; depois a festa foi retomada. Durante a pausa, a população foi informada pela prefeitura sobre o andamento do resgate. “A cerimônia somente foi retomada após todas as vítimas serem atendidas e a prefeitura receber a informação que não havia nenhuma pessoa em estado grave”, justificou o município.

A decisão de voltar com o espetáculo gerou uma enxurrada de críticas ao prefeito. Ele esclareceu que estava em comunicação com os bombeiros e as informações eram passadas ao público para não gerar pânico.

O retorno do evento, conforme a prefeitura, também serviu pra evitar que, diante do cancelamento, as pessoas se direcionassem pro local da queda da galeria. O prefeito ainda explicou que durante a programação e até a madrugada, os bombeiros e equipes do município fizeram a segurança do local pra evitar a aproximação de curiosos.

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O resgate às vítimas foi conduzido pelos bombeiros Voluntários de Joinville, PM, Samu e Defesa Civil.

 

Famílias viveram “filme de terror”

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Graziela conta que sentiu pânico ao achar que ia cair escombros em cima deles

 

Bruno e Juliane contam que depois da contagem regressiva o chão, literalmente, tremeu. Casal, com dois filhos foi engolido pela cratera

As famílias do pequeno Benjamin Grotti Lima, de dois anos, e da menina Enya Barros Lorenzo, seis aninhos, estavam entre o grupo que caiu no rio após o desabamento da galeria. Era a primeira vez que os pais das crianças prestigiavam do evento de Natal. O local na calçada, tomada de pessoas, foi escolhido pela visão privilegiada das apresentações.

O auditor contábil Bruno Costa, 31, pai de Benjamim, estava com o filho no colo e com a esposa Juliane Grotti, 27, professora. Ele conta que logo após a contagem regressiva do evento, houve um forte estrondo, seguido de um estremecimento. “Parecia a trepidação normal, como quando um ônibus passa”, disse.

A situação parecia tranquila ao redor, quando a estrutura da galeria desabou. As vítimas caíram dentro do rio e submergiram na água podre. “Perdemos o chão total. A água abafou o som. Não ouvimos mais nada. Ficamos atordoados”, relata. Depois que conseguiram emergir, Bruno lembra que havia muita gritaria e desespero.

Ele sofreu escoriações pelo corpo e a esposa, ferida mais gravemente, teve dois cortes na cabeça, onde recebeu nove pontos. “Uma pedra caiu em cima da cabeça”, disse. O filho do casal não teve ferimentos. Eles foram retirados por cordas do buraco e socorridos pelo Samu. Todos foram para o hospital, sendo liberados no início da madrugada.

A professora Graziele Barros Lorenzo, 38, é amiga da família de Bruno e estava no local com o marido e a filha Enya. Ela conta que a água bateu no ombro depois que emergiu. “A sensação era que ia cair mais coisas em cima”, lembra. A filha narrou que o chão tremeu. “Eu pensava que era uma brincadeira”, disse.

As vítimas tiveram dificuldade em sentir o fundo do rio, que era arenoso e irregular. “Quando a gente sentiu o chão, era como se fosse a mão de Deus”, comparou a menina, que foi resgatada por um policial. Ela machucou o pé e mãe teve arranhões. “Tem dores que só estão aparecendo agora”, comentou, nessa terça-feira, com a reportagem.

 

Perícia vai investigar as causas

Equipes do IGP fizeram perícia no local do acidente na terça-feira. Os laudos periciais serão parte de investigação a ser conduzida pela polícia Civil, além de outros documentos que serão solicitados ao município. Engenheiros da prefeitura também fizeram uma análise preliminar da estrutura para projeto de recuperação, ainda sem prazo pra ocorrer.

Durante a manhã, ao menos 12 pranchas de concreto que cobriam a galeria foram retiradas de dentro do rio. Em inspeção logo após o acidente, técnicos fizeram uma vistoria na parte de baixo da galeria.

O acidente foi no encontro entre as galerias antigas do rio Mathias, atualmente canalizado, e as obras de implantação das comportas do projeto de macrodrenagem do rio Cachoeira. O projeto que começou em 2014 visa conter as cheias no centro da cidade, mas está inacabado após a prefeitura afastar a empresa por irregularidades em 2020.

O contrato da obra já foi alvo de CPI e do MPF e é discutido em ação na justiça, o que emperra a contratação de nova empresa. Os laudos técnicos e periciais serão juntados na ação que busca o ressarcimento de prejuízos.

 

 






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