Um morador de Penha está revoltado com a ação do conselho da Cidade (Concidade), o qual, segundo ele, tem lhe excluído de decisões sobre assuntos de interesse da comunidade. O cidadão, que prefere não ter o nome divulgado, diz que a ação vem de cargos comissionados da prefeitura, que não estão abertos ao diálogo sobre questões como investimentos promovidos por novos empreendimentos no município. 

Segundo o morador, a brecada na participação das assembleias ‘on line’ já rolou duas vezes, a última no dia 3 de novembro, às 19h30, quando mais uma audiência pública virtual era promovida através de um aplicativo da internet, o Google Meet. O morador acusa ainda a prefeitura de postar convites “escondidos do público”, ou seja, sem maior divulgação nas notícias do site ou nas redes sociais oficiais do município. 

O presidente do conselho, secretário de Administração Jaylon Jander Cordeiro da Silva, convocou membros e também a comunidade em geral a participar da audiência; eu entrei no aplicativo com nome real e foto no perfil. Ao fazer a primeira pergunta, o presidente disse que só poderia questionar no final, mas eu não exigi ser respondido na hora”, reforçou o cidadão ao DIARINHO. 

A audiência era sobre uma nova obra de construtora anunciada em Penha, e também sobre um novo hotel em fase de instalação. “Eu quis saber em quais ruas ou transversais da Rodovia Transbeto e Eugênio Krause seria um dos empreendimentos; o presidente me ameaçou retirar da sala virtual”, afirma o morador. 

Ao final da audiência, o morador foi efetivamente retirado do debate. Jaylon, coordenador do encontro virtual, ainda teria o acusado de “querer se autopromover” e também “fazer muvuca”, já que acompanharia outras postagens dele em rede social. E teria chegado a citar que o morador era usuário do transporte estudantil municipal. “Isso não tem nada a ver. Não entendi o motivo dele me questionar, uso um transporte público, pago com recurso público”. 

Ouvido pelo DIARINHO, o presidente Jaylon, secretário de Administração de Penha, assegura que todas as posições do morador – “inclusive comentários maldosos”, foram veiculadas. “Eu não bloqueei ele nas reuniões, li todos os comentários, mas como ele é da sociedade civil, ele deveria participar pelo Youtube, não pelo aplicativo MEET. E está tudo no Youtube, que é uma ferramenta fenomenal para provar que qualquer acusação como essa não tem fundamento”.

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Jaylon ainda destaca que não sabe se o morador participou de outras reuniões, pois o conheceu nessa última audiência. E citou, de fato, que ele é usuário do transporte, para mostrar que na condição de universitário, o morador sabe onde buscar informação”. 

O mais grave, entretanto, segundo o presidente do conselho, é que ele se apresentou no MEET como representante da OAB. Jaylon consultou a Ordem dos Advogados do Brasil, e essa afirmativa não confere. “Ele é universitário, não estava lá em nome da Ordem”, pontua. Jaylon ainda frisa que a participação de toda a comunidade segue aberta, mas dentro dos critérios estabelecidos pelo conselho. A próxima reunião do grupo é dia 11, e a próxima audiência pública do Concidade rola dia 18 de novembro, às 19h, também virtualmente. Ambas já têm link no site da prefeitura.

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