Rede pública

Itajaí inova em método contraceptivo

Oferta gratuita de implante vai ser ampliada pelo SUS, seguindo protocolo pioneiro em SC que privilegia mulheres vulneráveis

Os profissionais de saúde da rede municipal já estão em treinamento para aplicar o método anticoncepcional Foto: Divulgação/ PMI
Os profissionais de saúde da rede municipal já estão em treinamento para aplicar o método anticoncepcional Foto: Divulgação/ PMI
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O anúncio da prefeitura de Itajaí na ampliação da oferta gratuita do implante subdérmico (Implanon), um novo método contraceptivo adotado recentemente na rede municipal, gerou interesse mesmo entre as mulheres que ainda não estão enquadradas nos critérios de atendimento. A secretaria de Saúde esclarece que se trata de um protocolo pioneiro no estado, prevendo maior cobertura futuramente.

O implante tinha iniciado de forma restrita em Itajaí. Era voltado para mulheres atendidas pelo consultório de Rua, em situação de extrema vulnerabilidade social, e portadoras do HIV, pelo centro de Referência em Doenças Infecciosas (Ceredi), e pacientes do pós-parto de gestações de alto risco, via centro de Referência da Criança e da Mulher (Crescem).

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A ampliação da oferta vai atender novos grupos de mulheres. São eles: pacientes adolescentes, mulheres em situação de vulnerabilidade social, situações críticas de risco gestacional, soropositivas, com mais de três cesáreas, multíparas com mais de três filhos, usuárias de drogas, moradoras de rua, puérperas de alto risco, pacientes com comorbidades e mulheres com distúrbios psiquiátricos.

O método é uma opção moderna de prevenção de gravidez, com eficácia acima de 99% e durabilidade de três anos, substituindo cerca de 1095 pílulas anticoncepcionais. Pelo SUS, o município já oferta outros métodos, entre contraceptivos injetáveis e orais, DIUs, vasectomia e laqueadura, além da distribuição de preservativos masculinos e femininos.

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De acordo com a supervisora da Saúde da Mulher de Itajaí, Ana Tereza Canziani Pereira Boschi, está ocorrendo um “frenesi” devido à novidade, com muitas mulheres querendo colocar o implante. “É importante salientar que neste primeiro momento existem critérios pra privilegiar a população que apresenta mais risco e mais vulnerabilidade diante de uma gestação, mas há possibilidade de ampliar essa oferta em breve”, informa.

Ana destaca que o protocolo de atendimento em Itajaí é pioneiro. Em Santa Catarina, o método é ofertado em São José e em Joinville, mas num protocolo bem restrito, voltado principalmente pra detentas, profissionais do sexo e usuárias de drogas. “Essa abertura que a gente está fazendo é pioneira. Então, a gente está organizando com cautela pra que todos possam ser contemplados”, destaca.

Médicos em capacitação

Os profissionais de saúde da rede municipal estão passando por treinamento para utilizar o novo método. A capacitação prática envolve todos os médicos do município e ginecologistas e deve se estender até novembro. À medida que as unidades concluírem a capacitação, elas já podem fazer a colocação dos implantes nas mulheres enquadradas nos critérios do protocolo.

Pra acessar o serviço, as interessadas devem procurar a unidade de saúde para informações quanto ao agendamento e critérios para uso do método. “Nas unidades que não tenham um profissional que realize esse implante, [a paciente] será encaminhada para uma unidade de polo de ginecologia. Todos os postos terão acesso, seja na sua própria unidade ou encaminhado pra uma que coloque”, explica Ana.

O serviço pretende reforçar o planejamento familiar contra gestações não desejadas e evitar gravidez de mulheres em condições de vulnerabilidade e de risco de saúde. Ana ressalta que a colocação é uma escolha da paciente e não uma imposição. “Já disponibilizamos vários métodos na rede e esse é mais uma alternativa. Precisamos iniciar de alguma forma e o protocolo já está ampliado, comparado ao que tínhamos”, avalia.

Hospital Marieta não fará implante

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Vereadora Aline Aranha explica que município vai contar com parceria do hospital público

O serviço será ofertado em todas as unidades de saúde públicas de Itajaí. O hospital Marieta Konder Bornhausen, que atende pelo SUS, não vai fazer o implante na unidade. “O hospital Marieta informa que este método não consta no plano de pactuação com o município”, disse em nota oficial.

As mulheres que passarem pelo Marieta, no entanto, não ficarão sem atendimento. A vereadora Aline Aranha (DEM) articulou a ampliação da oferta do Implanon com a prefeitura e com a direção do hospital. De acordo com ela, o hospital vai cadastrar as mães atendidas na maternidade e direcionar os casos para a rede municipal. "Sempre estive ligada às causas sociais e sei que a falta de planejamento familiar é a causadora de uma série de problemas que recaem sobre o município. Previnir a gravidez em mulheres que não desejam ou não têm condições físicas e emocionais de gerar um filho, é investir em saúde pública," defende Aline.

É previsto que uma enfermeira do SUS atenda dentro do hospital em breve. A vereadora destaca que o hospital apoia a iniciativa por ser uma medida de prevenção. “A maternidade do Marieta faz cerca de 300 partos por mês. É o melhor lugar para uma triagem de mulheres  que avalie as pessoas com vulnerabilidade social”, avalia.

A supervisora da Saúde da Mulher de Itajaí, Ana Tereza Canziani Pereira Boschi, ressaltou que a direção do Marieta foi favorável ao implante, mas a colocação não será feita pelos médicos do hospital, ao menos nesse primeiro momento. “Mas a gente vai ter toda a nossa rede de saúde do município pra conseguir contemplar essas mulheres que tem indicação e vontade”, considera.

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O Marieta já foi alvo de denúncias por negar a cirurgia de laqueadura mesmo em casos de risco. A direção alega que a unidade não tem habilitação para o procedimento, mas a defensoria Pública, que ajuizou ações contra o município, pois aponta motivação religiosa por trás da recusa. As irmãs católicas que gerem o hospital seriam contra métodos de esterilização.

 

Eficácia e fácil aplicação

O Implanon é um pequeno tubo de silicone de 3 centímetros de comprimento e 2 milímetros de diâmetro, colocado no braço da paciente. O implante faz a liberação contínua de hormônios no sangue, o que previne a ovulação e atrofia o tecido do útero, evitando a gravidez.

O método é uma opção mais eficaz e menos invasiva à laqueadura. A vereadora Aline Aranha lembra que o implante pode ser retirado a qualquer momento e perde efeito após o tempo de uso. “Hoje é um dos métodos mais modernos e considerado o mais eficiente, mais que a pílula e a injeção”, comenta.

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O implante também melhora os sintomas da TPM, impede a menstruação e permite que a mulher amamente durante o uso. Pela fácil aplicação e eficácia, o implante tem sido muito procurado em clínicas particulares, onde custa entre R$ 1200 e R$ 1500.

Há contraindicação para casos de distúrbio tromboembólico venoso ativo, presença ou histórico de doença hepática grave, tumores dependentes de progestagênio, como adenoma ou hepatoma e câncer de mama, sangramento vaginal não diagnosticado e hipersensibilidade à substância ativa dos componentes do implante.




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