Canhanduba
Presídio tem um preso com tuberculose
Famílias e funcionário denunciam surto, mas direção do presídio desmente
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
Familiares de presos e um funcionário denunciaram, ao DIARINHO, que a ala masculina do complexo Penitenciário da Canhanduba, em Itajaí, passa por um surto de tuberculose. A doença contagiosa está preocupando os familiares de detentos.
Um funcionário, que trabalha no complexo, confirmou ao DIARINHO o falatório sobre um suposto surto de tuberculose no presídio e na penitenciária. Ele alega que também há casos suspeitos entre os presos do semi-aberto. “Um preso ficou em isolamento já, teve dois que fizeram o teste e deu positivo. Outro fez o teste e aguarda o resultado do exame”, narrou.
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No semi-aberto, também há detentos escarrando sangue e passando muito mal, mas os médicos não aparecem para atender, segundo afirma o funcionário.
O funcionário também alega que existem outras irregularidades, como a comida dos internos – que não atenderia às necessidade básicas dos presos. Os detentos também não têm acesso à caneta para escrever cartas aos familiares. Além disso, estaria faltando roupas paras os presos e até chinelos.
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Uma mãe, que tem um filho preso por tráfico de drogas, denuncia que o filho contou que há um surto de tuberculose e que ninguém fala sobre isso. A mãe ainda diz que os detentos estão indignados porque estão tendo somente meia hora de visitas, por conta da pandemia de covid-19, e que eles querem reivindicar as duas horas habituais, como funcionava antes da pandemia. “Nas baladas, o pessoal está todo se agarrando. E nós, mães, não podemos abraçar os nossos filhos. Estou, há um ano e dois meses, sem abraçar o meu filho”, desabafa.
O departamento de Administração Penal (Deap) nega o surto, mas confirma que há um preso em tratamento na ala masculina. Segundo o Deap, ao detectar a doença, o preso foi para o isolamento, onde ficou 15 dias. O tratamento contra a doença segue por mais seis meses.
A vigilância Epidemiológica de Itajaí informou que não sabe nada sobre surto de tuberculose no complexo.
OAB não recebeu denúncia
O presidente da Comissão de Assuntos Prisionais da OAB de Itajaí, Marcos Aurélio Brandão Junior, reforça que conversou com a direção do complexo e há somente um preso em tratamento contra a doença.
“Se tivesse um surto, vários advogados estariam comentando...Lembrando, também, que o presídio é porta de entrada para o complexo e chegam pessoas com enfermidades que trazem da rua, principalmente, dependentes químicos que estão na rua e são acometidos com uma série de doenças”, comenta.
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