INVESTIGAÇÃO
CPI aponta que Hang financiou blogueiro acusado de fake news
Segundo a investigação, Eduardo Bolsonaro teria mediado contato para Allan dos Santos conseguir patrocínio do empresário dono da Havan
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Documentos da CPI da Covid-19 no senado apontam que o blogueiro Allan dos Santos, investigado por espalhar notícias falsas sobre a pandemia, teve financiamento do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan. O apoio financeiro teria sido articulado pelo filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
A revelação foi divulgada na TV Globo, com base nos documentos da CPI, incluindo conversas do blogueiro com o deputado e com o empresário. Conforme a comissão apurou, políticos, empresários e sites usaram o grupo conhecido como “gabinete do ódio” pra espalhar fake news. A rede teria sido formada antes da covid mas ganhou força na pandemia.
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Segundo a polícia Federal, teria sido Eduardo Bolsonaro que colocou o blogueiro em contato com Luciano Hang. Allan dos Santos já é alvo de dois inquéritos no supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a transmissão de notícias falsas, ameaças a autoridades e financiamento de atos antidemocráticos. Para a CPI, ele é um dos principais disseminadores de fake news sobre a pandemia e contou com patrocínio pessoal de Hang.
A acusação veio à tona às vésperas do depoimento do empresário na CPI, marcado para essa quarta-feira. O dono das lojas Havan deve ser questionado sobre o financiamento de notícias falsas e o caso da Prevent Senior, empresa de saúde que teria ocultado a causa da morte de pacientes, incluindo a mãe do empresário, em estudo sobre o uso do “kit covid”, com remédios ineficazes contra a doença.
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Em manifestação pelas redes sociais, Luciano Hang chamou a matéria do Jornal Nacional de “fake news”, alegando que as acusações são mais uma “narrativa absurda” da imprensa. O empresário ressaltou que não faz parte de nenhum gabinete e que nunca financiou ou participou de qualquer tipo de grupo que espalhou desinformação no Brasil. “A imprensa deveria se basear na verdade dos fatos e não em narrativas. Se a CPI tem posse de algum documento que diz que eu ajudei ou financiei o direcionamento de mensagens falsas, o documento é falso. Não pode existir prova de algo que nunca fiz”, escreveu em nota oficial.