Governo Bolsonaro
Assassino do índio teve cargo comissionado na PRF
Gutemberg Nader de Almeida Júnior exerceu função de confiança entre janeiro e dezembro de 2020 na corporação
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Um dos cinco condenados por matar o índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, em Brasília (DF), em 1997, Gutemberg Nader de Almeida Júnior ocupou cargo de confiança na polícia Rodoviária Federal (PRF) por 11 meses, entre janeiro e dezembro de 2020. A informação foi revelada em reportagem do portal Brasil de Fato.
O cargo comissionado era de chefe substituto da divisão de Testes, Qualidade e Implantação e rendeu ao servidor gratificações mensais de aproximadamente R$ 2 mil ao salário bruto, de mais de R$ 9 mil. Gutemberg deixou a função comissionada no fim do ano passado. Ele é servidor de carreira da corporação, onde ingressou por concurso público em 2016.
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A portaria que designou o policial federal ao cargo de confiança foi assinada na época por André Luiz Marçal da Silva, coordenador de Recursos Humanos do ministério da Justiça, à época comandado pelo ex-juiz Sérgio Moro. Após a saída de Moro, em abril, Gutemberg se manteve na função comissionada.
A designação do servidor venceu em dezembro de 2020, quando ele foi dispensado do cargo de confiança. O policial rodoviário é um dos cinco condenados pelo assassinato de Galdino, que foi brutalmente queimado enquanto dormia em um ponto de ônibus na W3 Sul, avenida em um bairro nobre de Brasília. Na época, Gutemberg era o único menor de idade no grupo envolvido no crime.
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Ele foi condenado a internação por três anos mas teve a sentença trocada por liberdade assistida. Após atingir a maioridade, o crime praticado na adolescência foi tirado dos registros, conforme a legislação. Os demais envolvidos no crime foram condenados em 2001 por júri popular a 14 anos de prisão. A pena foi considerada cumprida em 2011.
Todos os condenados se tornaram servidores públicos, com cargos no tribunal de Justiça, departamento de Trânsito e secretaria de Saúde do Distrito Federal. O irmão mais velho de Gutemberg, Tomás de Almeida, trabalha como técnico legislativo no senado Federal.