MESTRE

Morre o jornalista Nilson Lage

Ícone do jornalismo, Nilson Lage já teve coluna de opinião no DIARINHO e também foi personagem do Entrevistão

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Lage lutava há dois anos contra um câncer de pulmão
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O jornalismo brasileiro perdeu um grande representante na noite de segunda-feira. Nilson Lage morreu em Florianópolis, aos 84 anos, vítima de um câncer de pulmão. Mestre em Comunicação e doutor em Linguística, Lage é autor de diversas obras de jornalismo e técnica de linguagem.

Integrante das bibliografias sugeridas pelas faculdades de comunicação de todo o país, o jornalista foi docente na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde se aposentou compulsoriamente aos 75 anos, deixando importante legado.

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Lage também passou pelas redações de importantes veículos [como o Jornal do Brasil, Última Hora e TV Educativa do Rio de Janeiro] e consagrou-se como um dos nomes mais representativos de seu tempo: fez parte da geração que antecedeu o golpe de 64 e desempenhou um importante papel político nos movimentos de resistência à ditadura. Nos últimos anos, também assinou uma coluna de opinião no DIARINHO. Leia as colunas de Nilson clicando neste link.

Nos últimos anos, também assinou uma coluna de opinião no DIARINHO. Os textos você pode acessar no portal diarinho.net. No site, também dá para reler a entrevista que Nilson concedeu ao Entrevistão do DIARINHO em 2011. Foram três horas de bate-papo com as jornalistas Samara Toth Vieira e Franciele Marcon.

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Conforme vontade de Nilson, a família não realizou velório. Ele foi cremado no crematório Catarinense, em Palhoça, na tarde de terça-feira.

“Viver tem sido uma experiência fascinante”

César Valente

A repercussão nacional da morte do jornalista e professor Nilson Lage dá uma medida do respeito e da admiração que ele conquistou (sem fazer concessões), ao longo da vida.

Carioca, com 84 anos, morreu segunda-feira, dia 23 de agosto de 2021, no hospital, de complicações decorrentes de um câncer no pulmão. E até o final mantinha o espírito lúcido e a mente afiada, publicando textos com a sempre reconhecida clareza e precisão.

Ao completar 80 anos publicou uma crônica (“Não imaginava durar tanto”) onde fazia um resumo da sua carreira. Começava falando da saúde, seu ponto fraco: “Tirando o que o tempo estragou – dois terços das funções pulmonares, um olho, a cabeleira, os dentes – a saúde é ótima, diz-me a jovem médica, mentindo como de praxe. Mas a pressão arterial é 8×12 e o colesterol HDL, alto como raramente se vê.”

Para custear os estudos de medicina, ainda muito jovem, começou a trabalhar como revisor em jornais do Rio de Janeiro, que estavam se renovando tecnicamente. Transformou-se em “copydesk” (uma espécie de revisor de luxo, que além de corrigir erros de grafia, melhorava a redação das reportagens), que era consultado por todos os jornalistas a respeito dos mais diversos assuntos.

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Começou a dar aulas no curso de jornalismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro antes de concluir a sua própria graduação. Depois fez mestrado e doutorado (em linguística). Como ele mesmo diz “de olho no aumento do salário de professor, mas sempre desconfiei da academia”.

Aposentado no Rio depois de 37 anos de trabalho, veio para Florianópolis disputar uma vaga de professor titular na Universidade Federal de Santa Catarina. No curso de Jornalismo da UFSC ele trabalhou mais 14 anos e foi aposentado compulsoriamente, por causa do limite de idade (70 anos).

Continuou escrevendo no Facebook e o último jornal com que ele colaborou com regularidade foi o DIARINHO, de Itajaí, onde manteve uma coluna nas edições de final de semana entre março de 2017 e novembro de 2019.

Apesar dos problemas de saúde dizia que “Viver tem sido experiência fascinante”. E comprovou, com sua coerência e permanente senso crítico, sem fanatismos, que a idade não prejudica, atrapalha ou compromete o caráter.

Uma das filhas, Janaína cita, no seu perfil de Facebook, que esteve com o pai nesses últimos dias e ouviu dele, na quinta-feira, o seguinte: “Eu tive uma vida linda e devo grande parte disso a vocês. Tenho muito orgulho de todas vocês, pois são pessoas decentes. E no fim, só isso importa”.

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Nilson era casado há 30 anos com Nildes Macedo Lage, que conheceu há 50 anos quando ela estudava hebraico e ele letras. E teve quatro filhas, Angela Lage, Cláudia Cresciulo, Janaina Lage e Clara Lage. A pedido dele, não houve velório e o corpo foi cremado. A Clara,  a filha mais moça, está fazendo posdoc na França, e  veio pra se despedir do pai.




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