ITAJAÍ
Prefeito vai mandar para a câmara o projeto de reajuste aos servidores
Se houver aval dos vereadores, servidores receberão a reposição da inflação no salário. Greve continua, avisou o Sindifoz
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
O quarto dia de paralisação dos servidores municipais de Itajaí foi de vitória para os grevistas. O Tribunal de Justiça manteve a decisão da Vara da Fazenda Pública de Itajaí obrigando o município a conceder a revisão inflacionária nos salários.
O prefeito Volnei Morastoni (MDB) confirmou que vai enviar à câmara o projeto de lei do reajuste, com pedido de urgência, pra conceder a revisão geral anual de 9,32%aos servidores municipais.
A decisão foi anunciada após a desembargadora Denise de Souza Luiz Francoski, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, mandar cumprir a liminar da Vara da Fazenda de Itajaí, que determinou a concessão da reposição salarial aos servidores públicos de Itajaí.
A desembargadora manteve a decisão liminar da juíza Sonia Maria Mazzeto Moroso Terres, que deu o prazo de 15 dias úteis, que vencem no próximo dia 17 de agosto, para que o município de Itajaí conceda a reposição da inflação de 9,32% aos servidores, conforme o índice IPCA de maio de 2019 a abril de 2021, seguindo a data-base da categoria. Com o aval dos parlamentares, a reposição será concedida aos cerca de sete mil servidores municipais.
Apesar da prefeitura sinalizar o sim à reposição da inflação, houve confusão no paço. Cerca de 10 integrantes do comitê grevista do sindicato dos Servidores Públicos Municipais da Região da Foz do Rio Itajaí (Sindifoz) foram convidados a se retirar do gabinete do prefeito, pela guarda de Itajaí, na noite de quinta-feira.
Francisco Johannsen, presidente do Sindifoz, denunciou nas redes que o comitê esperava há cerca de sete horas por uma reunião com o prefeito. “O prefeito não nos atendeu, saiu pela porta dos fundos. Deixou os servidores aqui desde às 11 horas da manhã esperando. O prefeito pediu para fechar o prédio, e o vigilante da Minister está aqui para cumprir as ordens, e pediu apoio da guarda municipal”, disse Francisco em vídeo publicado nas redes sociais.
Não houve violência e o comitê acatou a ordem de saída do gabinete do prefeito. O sindicalista adiantou que a greve continua nessa sexta-feira.
O comitê de greve alega que não conversou com o prefeito e que não conhece os termos do projeto enviado à câmara. O sindicato espera que a reposição salarial seja retroativa. “A greve continua e estaremos [sexta-feira] em frente à prefeitura, no ponto de concentração, até mesmo porque a greve inicia e termina com a deliberação do servidor em assembleia”, informou Francisco.
Já o município de Itajaí, através de uma nota oficial, informou que por conta do fim do horário de expediente do paço Municipal, às 19h, foi solicitada a presença da Guarda Municipal para que representantes Sindifoz deixassem o local, já que eles se recusavam a sair. A GM apenas acompanhou a saída da comitiva grevista.
Greve afeta 10 salas de vacinação e sete creches
Cerca de 20% dos servidores municipais de Itajaí estão em greve. São 1515 dos cerca de sete mil servidores municipais paralisados, sendo 285 da secretaria de saúde e 1280 da educação.
A greve afeta o esquema da vacinação contra a covid-19. São 10 salas de vacinação fechadas por falta de servidores. Na quinta-feira, 14 salas de vacinação atenderam normalmente, seis atenderam parcialmente e 10 salas ficaram fechadas. Fecharam o posto do Crescem, de Espinheiros, Portal 2, Salseiros, São Judas, Santa Regina, Limoeiro, Rio Bonito, Canhanduba e Costa Cavalcante.
As UPAs do CIS e de Cordeiros estão funcionando com as escalas normais. Na vigilância Epidemiológica, as atividades foram mantidas, porém com número reduzido de servidores. O atendimento no paço Municipal, fundações, autarquias e secretarias não foi afetado ainda pela greve.
A educação concentra a maior parte dos grevistas. São 2520 servidores trabalhando e 1280 em greve, sendo a maioria dos que aderiram à greve os da educação infantil. Todas as escolas municipais estão atendendo normalmente.
O município tem sete creches sem atendimento e 60 unidades em funcionamento. As creches fechadas são: Euclides Ciriaco Meirinho, Maria Regina Coppi Vicente, Mário Pedro Ferreira, Gabriel Dallago, João Sandri, Professor Manoel Ferreira e Léa Leal de Souza.