Padre diz que é vítima de perseguição da igreja

Ele foi citado em nota de arquidiocese e depois passou a ser atacado nas redes

padre Fabrício Adão Bernardo, 30 anos, que pertence à igreja Católica Apostólica Brasileira, registrou um boletim de ocorrência contra a arquidiocese de Florianópolis acusando a igreja Católica Apostólica Romana de perseguição e de intolerância religiosa. 

Fabrício diz que a arquidiocese emitiu uma nota, assinada pelo arcebispo metropolitano Dom Wilson Tadeu Jonk, afirmando que Fabrício não faz parte da igreja Apostólica Católica Romana. Fabrício é representante da  “Missão Vida em Oração”, da Igreja Católica Apostólica Brasileira (ICAB), na região de Bombinhas, que é uma dissidência da igreja romana. O padre chegou a comandar algumas missas na paróquia de Bombinhas antes da confusão.

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Só que a nota da arquidiocese, no entendimento de Fabrício, teve um tom preconceituoso contra a igreja brasileira. “Ele não é padre católico, não pertence à Igreja Católica Apostólica Romana. Os sacramentos que ele realiza não têm validade no âmbito da Igreja Católica Apostólica Romana. Se alguém, inadvertidamente, foi batizado por ele, ou casou sob sua assistência, e quiser permanecer na Igreja Católica Apostólica Romana, deverá procurar seu Pároco para acertar sua condição sacramental”, diz parte da nota que o padre Fabrício achou ofensiva [veja íntegra da nota em www.diarinho.com.br].

O padre alega  que passou a sofrer perseguição e intolerância religiosa nas redes sociais depois da nota oficial. “Causando um dano moral, ético e ministerial. Sou sacerdote da Igreja Católica Apostólica Brasileira, dissidência da igreja romana, juridicamente fundada. Em nota, a arquidiocese enfatiza que não sou sacerdote católico, além de explicitamente estar demonstrando intolerância religiosa, criando proibições do direito de ir e vir”, acredita.

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O padre diz que vai representar a arquidiocese de Floripa e seus responsáveis cível e criminalmente. “A nota foi divulgada amplamente em todo o território da arquidiocese, em grupos de redes sociais, causando um dano gigantesco na minha imagem, na minha moral e no meu ministério. Diversas pessoas têm me acusado de falso padre, picareta, que vendo sacramentos,” desabafa.

O DIARINHO não teve retorno da assessoria da arquidiocese de Floripa sobre a denúncia até o fechamento desta matéria.

Representação na justiça

A delegada Luana  Backes, de Porto Belo, cuidou do caso. Ela diz que, com base nas declarações do padre Fabrício, após a nota divulgada pela arquidiocese, não foi constatada a prática do crime de injúria racial. “Em relação aos comentários injuriosos de diversas pessoas no Facebook, numa publicação contendo o nome dele, o padre deveria ingressar com queixa-crime, vez que se trata de ação penal privada”, informou a delegada. O caso, por ora, está encerrado na polícia Civil.

Nota foi ácida, diz filósofo

O filósofo e ex-seminarista Nahor Lopes leu a nota da arquidiocese e opinou sobre o teor. “Quando eles fizeram a nota, deveriam marcar as diferenças entre as duas igrejas, respeitando os demais. Porém, eles fizeram algo ácido no sentido de dizer que a igreja católica brasileira não era válida. Claro que para a igreja católica romana, a brasileira não é válida, mas a nota da arquidiocese deveria ser educativa, marcando as diferenças e não invalidando a outra crença”, opinou.

Nahor explica que a igreja católica brasileira surgiu em 1945 porque o bispo de Botucatu, Dom Carlos Duarte Costa, começou a fazer críticas públicas à autoridade  católica e ao Vaticano. No final da segunda guerra mundial, Dom Carlos acusou bispos romanos de  ajudar nazistas a fugir, entre outras críticas, como ao celibato. “Ele foi aposentado pela igreja católica romana, mas acabou fundando a igreja Católica Brasileira. Nos ritos são iguais. O que difere é que os padres podem ser casados na brasileira. Eles aceitam a segunda união, e têm posturas mais flexíveis em relação às posturas da igreja Católica Romana. Eles são autônomos”, explica.

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