Segundo a de defesa Civil de Balneário Camboriú, foram atendidas 98 ocorrências, com 12 destelhamentos de casas, quatro quedas de árvore em cima de veículos, oito problemas estruturais em prédios, 70 quedas de árvores, de galhos e quatro outdoors detonados pelos ventos.
Os bairros mais atingidos pela ventania foram o Ariribá, Nações, Amores e o centro, onde foram registradas mais quedas de árvores. Três casas nas ruas Maçarico, Síria e Beija Flor foram detalhadas pelo vento forte.
O trânsito também ficou comprometido, chegando a ter bloqueio na avenida Alvin Bauer, entre a avenida Brasil e avenida Central, com a queda de uma árvore no meio da via.
A falta de luz também deixou alguns semáforos sem funcionar. A Emasa, a autarquia da água, também teve o atendimento externo prejudicado pela falta de energia. Todos os canais de atendimento on-line ficaram fora do ar.
As estações de tratamento de Água e de Esgoto da Emasa tiveram que funcionar com ajuda de gerador até a energia ser restabelecida.
Estragos em Camboriú
A defesa Civil de Camboriú também atendeu algumas ocorrências de destelhamentos, alagamentos e queda de muros nos bairros Tabuleiro, Monte Alegre e Conde Vila Verde.
Na rua Tereza Evangelista, no Tabuleiro, uma garagem caiu sobre dois carros. Parte de uma casa desmoronou na rua João Acácio Simas.
Na rua Rio Negrinho, no Rio Pequeno, o segundo andar de uma casa em construção também desabou.
Ventos chegaram a 90 km/h, diz Univali
Segundo o meteorologista Sergey Araújo, a estação meteorológica da Univali/Porto de Itajaí registrou ventos de 90 km/h entre às 4h05 e 4h10 da madrugada de quinta-feira.
As fortes rajadas de vento não são consideradas ciclones ou tornados, segundo Sergey.
“Foram áreas de instabilidade que avançaram pelo estado. Entrou pelo Oeste e foi se deslocando durante o dia, passando por aqui na madrugada. Hoje estão sobre o Paraná. Parte avançou e formou um sistema de baixa pressão na costa gaúcha, formando uma nova frente fria”, explica Sergey.
O meteorologista explica que as rajadas de vento atingiram todo o estado de Santa Catarina. “Tivemos rajadas maiores que 70 km/h no Oeste; 99 km/h em Água Doce, 109 km/h em Siderópolis. Aqui pela região tivemos várias cidades acima de 50 km/h, que já é suficiente para causar prejuízos”, comentou.
Zona rural e praia Brava bem atingidas em Itajaí
O vendaval da madrugada também deixou um rastro de destruição em Itajaí. Até às 18h de ontem foram registradas mais de 60 ocorrências pela defesa Civil, a maior parte na zona rural, em bairros como Itaipava, Brilhante, Paciência, Quilômetro 12 e na praia Brava. Os comércios da rodovia Osvaldo Reis, entre Itajaí e Balneário Camboriú, foram bastante afetados pelas fortes rajadas de ventos.
Vários prédios comerciais registraram destruição: as vidraças do supermercado De Angelina quebraram. Um vídeo das câmeras de segurança mostra a quebradeira.
A pizzaria Gamer´s teve toda a estrutura do teto arrancada pelo vento. O dono da pizzaria Max Brahma conta que o telhado do estabelecimento também foi destruído pelo vendaval.
Max diz que não há estimativas sobre o prejuízo e nem previsão de quanto tempo a pizzaria ficará fechada. “Mas vamos reconstruir e retomar mais fortes”, garantiu.
Os toldos ao lado da loja Via Artística e em frente à panificadora Bela Benta também foram arrancados pelos ventos. As telhas da Via Artística acabaram atingindo a rede de fiação elétrica.
A Maju Colchões também teve prejuízos com as vidraças partidas. A mesma coisa aconteceu com parte da fachada do condomínio Riviera, que foi quebrada com a força do vento, além de um andaime despencar.
A placa da revendedora da Kia e a do Brasil Atacadista também caíram com o vendaval. Outdoors e placas de comércios também foram danificados.
Árvores despencaram no bairro Itaipava e no KM 12 sobre as ruas e veículos. Parte da cobertura da Mecânica Bom Sucesso, que fica na avenida Itaipava, se desprendeu e atingiu os caminhões. No Itaipava Club, o revestimento do muro partiu e o salão de festas ficou sem cobertura.
O município fez uma força tarefa para a liberação das ruas e a recuperação de postes de iluminação pública. A defesa Civil distribuiu 600 metros quadrados de lonas para a proteção das moradias atingidas.
Houve registro de pelo menos nove de unidades básicas de saúde afetadas, além de 21 escolas.
A Estação de Tratamento de Água do Limoeiro também foi afetada e chegou a ficar paralisada pela falta de energia elétrica na região, mas ontem mesmo voltou a funcionar.
Vendaval deixou 100 mil sem luz
Os ventos fortes, com quedas de placas, árvores, telhas e telhados afetaram o abastecimento de energia elétrica na região da Amfri. Segundo os dados do site da Celesc, às 8h30 da manhã, havia cerca de 100 mil consumidores sem luz em Balneário, Camboriú, Itajaí, Navegantes e Itapema.
Em Balneário foram 31.279 consumidores às escuras, em Itajaí 32.819 e em Camboriú 25.296 atingidos. Navegantes e Itapema tinham cinco mil imóveis às escuras cada.
A Celesc usou 14 caminhonetes e quatro caminhões pesados para recompor o sistema de abastecimento e devolver a energia pras casas.
Por volta das 17h, a região da Amfri tinha ainda 20 mil imóveis sem energia. A previsão era que até ontem à noite todas as casas já tivessem luz.