Domingo de protestos contra a cultura do estupro

Atos aconteceram, simultaneamente, no centro de Itajaí e no Balneário Camboriú

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Dezenas de pessoas vestindo preto e empunhando cartazes contra o machismo, a cultura do estupro e a violência contra a mulher se reuniram na tarde de domingo, no centro de Balneário Camboriú e no de Itajaí, para protestar. O estopim para as manifestações foi a divulgação de um vídeo com trechos do julgamento do empresário André de Camargo Aranha, que foi absolvido da acusação de estupro de Mariana Ferrer, julgada pela  3a- Vara Criminal de Florianópolis.

Segundo o entendimento da promotoria e do juiz, o empresário não teve a intenção de estuprar Mariana. Depois da divulgação do vídeo da audiência pelo site Intercept Brasil, o caso ganhou repercussão nacional e a sentença ficou conhecida como de “estupro culposo”, pois seria um caso inédito de estupro sem dolo, ou seja, sem intenção.

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“Se não for nós por nós, não é ninguém”

Em Itajaí, manifestantes se reuniram no largo da praça da Matriz  e depois seguiram em caminhada até a praça Vidal Ramos. Cinco vítimas fizeram relatos sobre violências sexuais sofridas e deixaram claro que o caso de Mariana não é único, pois é um costume da sociedade silenciar as vítimas de abusos sexuais. “O caso de Mari fez as mulheres notarem o quanto as vítimas são silenciadas e o quanto a justiça pode não estar ao lado da vítima. Se não for nós, as mulheres, por nós, não é ninguém,” explicou Renata Cibeli Girardi, uma das organizadoras do ato de Itajaí.

Em Balneário Camboriú, o protesto foi na praça Almirante Tamandaré.  Houve performances e palco aberto para relatos de vítimas de violência. Cerca de 50 mulheres participaram com membros do Movimento Mulheres do Litoral e do grupo Baque Mulher.

“O abusador ou estuprador pode estar ao nosso lado. Esta parte do palco aberto deu oportunidade para que cada história contada gerasse coragem para que as mulheres narrassem as próprias histórias. Estou impressionada com a força. Não irão calar as mulheres contra a cultura do estupro. Queremos justiça para Mariana Ferrer e para todas as vítimas, ” explicou uma das organizadoras, Isabelle Carvalho.

Entenda o caso

Na audiência que absolveu o empresário André houve uma série de humilhações a vítima, Mariana Ferrer, de 22 anos, promovidas pelo advogado de defesa do réu. O advogado Claudio Gastão Rosa Filho criticou fotos publicadas por Mariana, que ele classificou como tiradas em poses “ginecológicas”. Também afirmou que a vítima usava o caso para se promover nas redes sociais e que “jamais teria uma filha do seu nível” e que o  “ganha pão” de Mariana seria a “desgraça dos outros”. Durante a sessão, Mariana chorou e pediu várias vezes para que houvesse respeito. Houve poucas manifestações do juiz e do promotor a favor da vítima.

Mariana  acusa o empresário Aranha de tê-la dopado e violentado numa festa no beach clube Café de La Musique, em Jurerê Internacional, em dezembro de 2018. Desde então, ela tornou o caso público através das redes sociais  e denunciou o que chamou de um complô do sistema judiciário para absolvê-lo.

Desde agosto de 2020, Mariana teve os perfis nas redes sociais Twitter e Instagram suspensos por força de uma decisão judicial.

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Como fazer contato?

As manifestantes estão abertas a ouvir relatos de outras mulheres vítimas de violência sexual.  Dá para mandar mensagem  para o  perfil  do Insta @mulheresdolitoral.

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