Itajaí
Feira de rua na praia Brava foi barrada pela prefeitura
Evento teve liberação em agosto, mas secretaria revogou a autorização na última sexta-feira
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

A feirinha de rua Brava Mix, que teria sua primeira edição neste domingo, na praia Brava, em Itajaí, foi barrada pela secretaria de Urbanismo e teve a estreia adiada. A suspensão, segundo a associação de Moradores da Brava, responsável pela organização do evento, não teve embasamento legal. A justificativa pra proibição teria sido de “ordem sanitária” e para atender ao pedido de um comércio que alegou que seria prejudicado pela interdição da rua.
A associação relata que a medida foi recebida com surpresa no sábado, já que o projeto da feira, elaborado em julho e aprovado em agosto, “tramitou dentro de todas as legalidades e esferas necessárias”, tendo a autorização pra uso de área pública liberada pela secretaria de Urbanismo. Na sexta-feira, um ofício do órgão revogou a liberação dada em 28 de agosto. O documento cita o decreto municipal que trata da suspensão de eventos em razão da pandemia até 7 de outubro.
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Pelo projeto da feira, haveria interdição do trecho de 200 metros na primeira quadra da avenida Carlos Drummond de Andrade, entre a beira-mar e a área de food truck Yellow Bus, antes da rua Delfim de Pádua Peixoto. Seria usada apenas a faixa no sentido da rodovia Osvaldo Reis, sem prejudicar o acesso à praia e as opções de retorno, que poderia ser feito normalmente na altura da rua Anthurium ou pela rua Carola Coelho.
“Golpe”
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A associação afirma que houve um “golpe político” e que a suspensão do evento, após ter sido liberado, prejudica os feirantes, moradores e visitantes. “Um grupo de mais de 100 pessoas, entre feirantes e funcionários, e muitas famílias de produtores e pequenos artesãos, que há muito tempo se preparavam para a ação, foram impedidos de trabalhar digna e honestamente por uma decisão insana, sem embasamento jurídico”, diz o nome manifesto da organização pelas redes sociais.
A presidente da associação, Daniela Occhialini, ressaltou que não se trata de um evento, mas de um “comércio de rua”, com cunho social pra ajudar artesãos e produtores impactados pela pandemia. O projeto previa atividades de arte, cultura, gastronomia e música, além de feira de orgânicos, brechó e mercado de pulgas, aos domingos, das 9h às 17h. A associação pretende entrar com um mandado de segurança pra garantir a realização da feira no próximo domingo.
Ela defende que o próprio comércio local seria beneficiado com o movimento e que moradores e comerciantes do trecho interditado teriam garantido o livre acesso aos imóveis. “Esse trecho da rua não tem tráfego de veículos contínuo e é usado exclusivamente para estacionamento”, observa.
Daniela informa que esteve pessoalmente avisando os estabelecimentos e moradores do trecho sobre a feira, destacando que a resistência maior foi a do dono de um restaurante.