Itajaí
Liberado o acompanhante no parto
Famílias comemoram a decisão anunciada essa semana pela nova direção do hospital. Houve pressão da OAB, MP e famílias
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Após recomendação da defensoria pública de Santa Catarina, o hospital e maternidade Marieta Konder Bornhausen, de Itajaí, liberou a presença de um acompanhante a gestante durante o trabalho de parto, no parto e pós-parto.
O hospital tinha proibido o acesso do acompanhante, alegando que o direito das famílias estava suspenso por causa do risco de contaminação pela covid-19.
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A defensoria explica que foram cerca de três meses de mobilização, com conversas, visitas, pedidos de informações e mobilização de outras entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), conselho Municipal dos Direitos da Mulher e muitos médicos.
Em junho, a maternidade passou a permitir a presença de um acompanhante durante o parto. Já nesta quarta-feira, o hopsital Marieta anunciou a liberação do acompanhante durante todo o processo do nascimento, conforme determina a Lei do Acompanhante.
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A notícia deixou o casal Irena Almeida, 36 anos, e Rude Rodrigues, 37, muito feliz. Rude já tinha começado a se mobilizar para garantir o direito de acompanhar a esposa no parto do segundo filho do casal, que deve acontecer em outubro. “Nós ficamos sabendo da notícia pelo grupo de WhatsApp Libera Marieta, do qual faço parte. Foi emocionante”, conta.
Rude, que é fotógrafo e cineasta, pondera que não pode nem imaginar a dor que passa uma mulher durante o trabalho de parto, mas lembra que o direito de acompanhar o parto foi mundialmente garantido pelos Convenção dos Direitos Humanos e no Brasil pela lei 11.108/2005, justamente para dar apoio à mulher nesse momento único. “É um momento muito singular na vida de qualquer ser humano e a argumentação do hospital Marieta não fazia o menor sentido”, comenta.
Rude disse que quando soube das restrições no hospital já começou a buscar informações e a mobilizar o maior número de pessoas. “Entrei em contato com o MP e OAB, mas foi no movimento Libera Marieta que conseguimos acolhimento. Elas já estavam nessa luta há mais tempo”, narra.
O fotógrafo diz que, mesmo com a liberação dos acompanhantes, o grupo seguirá na batalha para garantir e ampliar os direitos das mulheres e também das famílias. “Valores que considero fundamentais para uma sociedade mais harmônica e justa para todos”, completa.
O subcoordenador do grupo de Apoio às Pessoas em Vulnerabilidade, Fernando André Pinto de Oliveira Filho, que é defensor público em Itajaí, reforça que o acompanhamento no parto foi um direito historicamente conquistado. “O acompanhante em todo o processo de nascimento dos bebês é uma conquista histórica para as mulheres, crianças e familiares. Estamos felizes com o resultado da mobilização” pontua o defensor.