Você já se pegou dizendo: “De novo isso?” Seja em relacionamentos, escolhas profissionais ou até em pequenas decisões do dia a dia, muitos de nós repetimos padrões que já sabemos, racionalmente, que não funcionam. Mas por que insistimos em erros conhecidos?
A resposta está menos na lógica e mais no comportamento emocional. O cérebro humano é uma máquina de hábitos. Quando repetimos algo — mesmo que seja disfuncional — ele entende aquilo como “seguro”, simplesmente por ser familiar. O desconforto do novo, da mudança, parece mais ameaçador do que o conhecido incômodo daquilo que nos faz mal. É o que chamamos de zona de familiaridade emocional.
Outro fator importante são os esquemas mentais formados na infância. Se alguém cresceu aprendendo, por exemplo, que precisa agradar aos outros para ser amado, é provável que continue se ...
A resposta está menos na lógica e mais no comportamento emocional. O cérebro humano é uma máquina de hábitos. Quando repetimos algo — mesmo que seja disfuncional — ele entende aquilo como “seguro”, simplesmente por ser familiar. O desconforto do novo, da mudança, parece mais ameaçador do que o conhecido incômodo daquilo que nos faz mal. É o que chamamos de zona de familiaridade emocional.
Outro fator importante são os esquemas mentais formados na infância. Se alguém cresceu aprendendo, por exemplo, que precisa agradar aos outros para ser amado, é provável que continue se sacrificando em relações desequilibradas na vida adulta. Mesmo sofrendo, a pessoa repete o padrão porque, em algum nível, ele ainda faz sentido emocional — mesmo sendo irracional.
A boa notícia? Com autoconhecimento e apoio psicológico é possível romper esses ciclos. O primeiro passo é a consciência: perceber que o padrão existe. O segundo é entender sua origem. Só assim conseguimos fazer escolhas diferentes, mais alinhadas com quem somos hoje — e não com o que aprendemos a ser para sobreviver no passado.
A psicoterapia é um espaço seguro onde podemos revisitar essas histórias, dar novo significado às experiências e ensaiar novas formas de viver. Não se trata de “consertar” ninguém, mas de ajudar a pessoa a se escutar com mais profundidade. A mudança verdadeira começa quando paramos de reagir no automático e começamos a responder com consciência.
Muitos padrões que hoje nos atrapalham nasceram como tentativas de nos proteger. O problema é que, com o tempo, aquilo que antes foi solução se transforma em armadilha. Repetimos o conhecido não porque queremos sofrer, mas porque ainda não aprendemos outra forma de existir. E isso exige coragem, paciência e, muitas vezes, ajuda especializada.
Portanto, se você tem se sentido preso a escolhas que te machucam, olhe para isso com compaixão, não com culpa. O caminho da mudança não é uma linha reta, mas começa sempre pelo mesmo ponto: a decisão de se escutar com mais gentileza.
Repetir padrões não é sinal de fraqueza — é sinal de que há algo em você pedindo cuidado. E isso merece ser ouvido.