Aos menos 13 pinguins foram encontrados mortos por um morador na quinta-feira, na praia do Pinho, em Balneário Camboriú. Em Bombinhas, outros seis pinguins apareceram também mortos na praia de Bombas. A equipe do projeto de monitoramento de Praias da Univali esteve no local e também passaria pra verificar a mortandade em Balneário. Entre maio e julho, 226 pinguins apareceram nas praias da região, 170 mortos.
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Na praia do Pinho, os animais estavam num local perto do costão, uns na faixa de areia e outros entre as pedras. Alguns corpos já estavam em processo de decomposição. Os pinguins foram avistados ...
Na praia do Pinho, os animais estavam num local perto do costão, uns na faixa de areia e outros entre as pedras. Alguns corpos já estavam em processo de decomposição. Os pinguins foram avistados pelo morador ao buscar os amigos que estavam pescando. Ele desceu até a praia pela passarela de madeira. “Eu fiquei assustado porque não tinha ninguém lá e os pinguins estavam todos jogados na areia”, conta.
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Oceanógrafo Jeferson Luís Dick, gerente do projeto de monitoramento pela Univali, disse que não houve chamado pra Balneário, mas a equipe passaria por lá. Na manhã dessa sexta-feira, ele esteve em Bombinhas, onde seis pinguins foram encontrados também mortos. Os animais já estavam em processo de decomposição, razão pela qual não seriam recolhidos. Seria feita a biometria dos bichos, com o registro de dados de cada ave e da ocorrência.
Vindos da Patagônia
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As aves são da espécie pinguins-de-Magalhães, vindas da Patagônia argentina. Segundo o professor, eles costumam migrar pro litoral brasileiro nessa época do ano. Os pinguins encontrados mortos são animais em idade juvenil e que apresentavam quadro de desnutrição, bem abaixo do peso. As condições estão ligadas ao processo migratório e à falta de alimentos. A suspeita é que eles tenham morrido por asfixia ou afogamento.
Foram 400 animais mortos em uma semana
Segundo o projeto de monitoramento de praias, as equipes registraram uma grande mortandade das aves nas últimas semanas na costa catarinense e do Paraná. Foram mais de mil pinguins que apareceram mortos ou doentes no litoral de Santa Catarina em junho. Só em uma semana, foram mais de 400 animais, a maioria pinguins-de-Magalhães.
Na área monitorada pela equipe da Univali, que vai de Barra Velha a Governador Celso Ramos, foram registrados 170 pinguins mortos e 56 vivos, desde 1º de maio até sexta-feira, dia 17. O coordenador-geral do projeto na área de Santa Catarina e Paraná, André Barreto, explica que a passagem dos pinguins pelo litoral é comum entre maio e setembro.
“É esperado nesta época do ano, pois eles se originam do sul da Argentina e acompanham as águas frias que chegam com mais força na nossa costa”, informa.
Os pinguins são em boa parte juvenis, que seguem as correntes marítimas em busca de alimentos e ambientes mais quentes. Na jornada migratória, as aves acabam encontrando dificuldade pra se alimentar e, cansadas e desnutridas, vão parar nas praias debilitados ou já mortas.
“Com o monitoramento litorâneo diário realizado pelo PMP-BS é possível encontrar e tentar reabilitar estes animais que ainda estão vivos e também analisar as possíveis causas das mortes”, completa. Além da desnutrição e doenças, a mortandade também está ligada à ação humana, pelo lixo plástico jogado no mar ou às redes de pesca.
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Nas praias do Santinho e Moçambique, em Florianópolis, foram 70 pinguins mortos e apenas um vivo encontrados entre os dias 27 e 28 de junho. Uma das aves tinha partes de redes de pesca enroscadas no corpo. De acordo com o projeto, quando as aves ficam presas em redes e não conseguem sair, elas podem morrer afogadas. Exames de necropsia também identificaram pedaços de canudinho plástico no estômago de outro pinguim.