O secretário de Saúde de Barra Velha, Ronnie Peterson, destaca o prejuízo que os municípios pequenos terão com o fim do convênio com o governo cubano. Ele explica que será muito complicado manter as contas em dia, já que governo federal pagava uma bolsa ao município e uma ajuda de custo de moradia no valor de R$ 2 mil para o médico estrangeiro atuar na atenção básica.

“O salário de um médico brasileiro está na casa dos R$ 13 mil, mas com o Mais Médicos, pagávamos apenas R$ 3 mil, ou seja, vai encarecer em 10 mil cada profissional, custo que não estava previsto no orçamento”. Segundo Ronnie, a prefeitura já trabalha no limite com a folha de pagamento dos servidores. “Está cada vez mais difícil trabalhar no serviço público e fazer gestão com eficiência”, lamenta.

Em Barra Velha, as médicas Eida, Yusmila e Yanet atuam há cinco anos nos postos de saúde do centro, São Cristóvão e Itajuba, que são bairros bem populosos. Ronnie disse que a adaptação no início foi difícil por conta do idioma, mas logo que as médicas aprenderam português, a resistência dos pacientes acabou. “Além disso, são profissionais pontuais, dedicadas e faziam hora extra para não deixar ninguém sem atendimento. Foi uma satisfação trabalhar com elas”, declarou.