Itajaí

‘Seu’ Augusto reassume Dalçoquio

Decisão é judicial e faz parte de um acordo com empresários que compraram a empresa há dois anos

Justiça aprovou esta semana o ‘plano de recuperação’ da empresa, que pediu “falência” ano passado
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O caso envolvendo a transportadora Dalcóquio, que foi vendida em 2015 e pediu “falência” em 2016, teve duas decisões judiciais importantes. Em determinação recente, o empresário Augusto Dalcóquio Neto, 76 anos, foi nomeado pela justiça como único administrador da empresa, após acordo parcial entre os envolvidos no processo de rescisão do contrato de compra e venda. Na outra decisão, que saiu na segunda-feira, a justiça aprovou o plano de recuperação judicial apresentado pela empresa no ano passado. A nomeação do empresário como administrador acaba com a briga entre os sócios que rolou após a venda da empresa, em 2015, para a Tomé Transportes, de São Paulo. Com a decisão da 1ª Vara Cível de Itajaí, Augusto reassume a transportadora pela primeira vez desde que foi afastado após a negociação. A volta do empresário ao controle da empresa foi definida a partir de acordo no processo em que Augusto buscava desfazer o negócio. A empresa informou que o caso ainda tramita na justiça. Um dos empresários paulistas envolvido na negociação não aceitou o acordo ainda. Ao reassumir o comando, Augusto contratou uma consultoria pra fazer um plano de reestruturação da empresa. Os consultores já estão trabalhando dentro da administração, fazendo a revisão na estrutura e estudos de mercado. A proposta é implantar um modelo de gestão corporativa, deixando o modelo familiar para trás. O plano vai direcionar ações, medidas e investimentos para modernizar a gestão. Não estão previstas novas demissões, apenas o remanejamento interno de pessoal. A empresa também voltou o foco para o transporte de combustíveis da BR Distribuidora. Durante o período em que Augusto ficou afastado da administração, a transportadora passou a diversificar a atuação, atendendo clientes com cargas secas e frigorificadas. De volta ao comando de seu fundador, a Dalcóquio retoma o foco em carga líquida em caminhões-tanques, serviço que a fez crescer e chegar a ser a maior transportadora de combustíveis do país. Como a Dalçoquio vai pagar os credores a partir de agora Em decisão dada pelo juiz Sérgio Junkes, da 3ª Vara Cível de Itajaí, o plano de recuperação judicial da Dalcóquio foi homologado na segunda-feira. A empresa informou que 98% dos credores aprovaram a proposta em assembleia geral realizada em setembro. A aprovação rolou depois de quatro tentativas frustradas. Os descontentes ainda podem recorrer e contestar a decisão. A direção da transportadora informou que espera a publicação oficial do despacho. O assunto será levado ao departamento jurídico que vai orientar os próximos passos pra colocar o plano em prática. Uma das dúvidas é se a execução do plano pode começar a partir da publicação ou será preciso esperar eventuais recursos de credores que não aceitaram a proposta. Com o recesso do judiciário, novos desdobramentos só a partir de 20 de janeiro. O plano prevê o pagamento de R$ 170 milhões em dívidas atuais acumuladas pela empresa. Os débitos tão divididos em quatro classes. A dívida trabalhista, que representa a menor parte do bolo, é prioritária e deve ser paga de imediato, somando quase R$ 4 milhões. O pagamento pode ser parcelado em até 12 vezes ou até 72 vezes, no caso de advogados que esperam por seus honorários. A Petrobras é a única na chamada classe de garantia real e tem pra receber R$ 70 milhões. O valor pode começar a ser pago um ano após a execução do plano, devendo ser liquidado ao longo de 15 anos com 45% de abatimento. No bolo ainda estão as dívidas com 68 fornecedores e 40 micro e pequenas empresas, que são as menos prioritárias. O valor pode começar a ser pago com dois anos de carência ao longo de 15 anos com até 60% de abatimento. Com o plano, a empresa tem condições de sair do vermelho e colocar as contas em dias. A dívida vinha se acumulando desde 2015. A crise financeira se agravou com a necessidade de renovar a frota, indefinições no quadro societário e impossibilidade de fazer novas contratações. No pedido de recuperação, a empresa alegava que o plano deveria ser aprovado para preservar cerca de mil empregos diretos e outros três mil indiretos. Atualmente, a Dalcóquio trabalha com 700 funcionários e tem cerca de 350 caminhões rodando pelas estradas, fora as dezenas que tão parados no pátio. Com o trabalho da consultoria interna, a empresa planeja reestruturar a frota, com aquisição de veículos mais modernos, e inclusive voltar a contratar no futuro. O momento, segundo a direção, é de austeridade e economia pra reestruturar a empresa. Vendida com dívida milionária A Transportadora Dalçoquio foi vendida em março de 2015 para o empresário paulista Milton Rodrigues Júnior. Dois meses depois, a direção da Dalçoquio informou que a venda da transportadora foi, na verdade, para a Tomé Transportes. Na época, o DIARINHO conversou com Milton. O empresário disse que comprou a Dalçoquio junto com dois sócios e depois negociou metade da empresa com a Tomé Transportes. Mas, segundo ele, a intenção de venda nunca foi concluída. O rolo dos sócios foi parar na justiça, que determinou e Laércio Tomé fosse o administrador da Dalçoquio. Em agosto de 2016, assumindo estar afundada em dívidas, a direção da transportadora pediu a recuperação judicial da empresa. O pedido, feito para a 3ª Vara Cível de Itajaí, dizia que a empresa acumulava cerca de R$ 450 milhões em dívidas, sendo mais de R$ 12 milhões em títulos vencidos com fornecedores. A Dalcoquio ainda teve bloqueados quase R$ 2 milhões, valor cobrado judicialmente pelos sobrinhos de Augusto Dalçoquio Neto. Em 2015, a empresa teve seis caminhões apreendidos por ordem da justiça para garantir o pagamento dos credores. Os veículos não tinham sido declarados durante a operação de venda da empresa.




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Publicado 11/07/2025 19:16



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