Itajaí
Terminal de gasosa no bairro São João
Projeto já foi aprovado pelo conselho de Gestão Territorial
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O projeto de construção de um terminal de armazenamento de combustíveis no bairro São João e bem pertinho do centro, em Itajaí, gerou bronca por parte de lideranças comunitárias e de vereadores e chegou a surpreender até mesmo o chefão do Porto Público, Marcelo Salles. O projeto, que teria apoio da Itajaí Participações, empresa da prefeitura, já foi até aprovado pelo conselho de Gestão e Desenvolvimento Territorial de Itajaí. Também foi apresentado em audiência pública que discutiu a expansão portuária, no dia 17. A instalação do terminal foi pedida pela empresa Seaside Comércio Exterior aos membros do conselho de Gestão Territorial. O projeto foi apresentado por Paulo Furtado, diretor da empresa. A obra ficaria dentro da área de expansão do porto organizado. Um dos setores ficaria às margens da rua Blumenau, que seria a área para receber os caminhões e fazer a transferência do combustível. O outro local pretendido é onde ficava o antigo Moinho Peônia. Por lá, a intenção é construir seis gigantescos tonéis com capacidade para 180 mil metros cúbicos. Na reunião do conselho de Gestão Terriotorial, sete representantes de entidades aprovaram a consulta prévia da empresa, que agora poderá tocar o projeto pra frente. Cinco entidades se manifestaram contra. Entre elas as associações de moradores dos bairros São João e Cabeçudas e a ONG Unibrava. Para o advogado Josemar Siemann, diretor da associação de moradores do São João, enfiar uma atividade tão perigosa no meio de uma área urbana é um retrocesso.“A associação é veememente contra e, se for preciso, vamos fazer todas as medidas judiciais possíveis”, avisou. Josemar lembrou o caso dos terminais petrolíferos que foram retirados do bairro Cordeiros tempos atrás para serem realocados em outro lugar justamente por questões de segurança. Também tem vereador berrando. Robison Coelho (PSDB), que é portuário, já ocupou a tribuna da câmara se mostrando contra a proposta. O vereador observa que, se a obra for autorizada, vai impactar as intenções de expansão do porto de Itajaí, além de tornar em vão as obras na bacia de evolução, dragagem e recuperação dos berços danificados. “A expansão é para atender os navios maiores que o porto vai receber”, afirma. E emenda: “Não tem o menor sentido destinar a área para outra coisa”, completa, ressaltando que um terminal de combustível também traria riscos à população. Nem chefão do porto sabia Em 20 de outubro 20, Marcelo Salles, superintendente do porto, encaminhou ofício ao prefeito Volnei Morastoni (PMDB) falando da surpresa com que tomou conhecimento do projeto da instalação de um terminal de combustíveis na área de expansão do porto. Marcelo também se queixou por não ter participado na formulação de projetos que impactarão nas atividades de expansão. Ontem, ao DIARINHO, ele informou que vai ter uma conversa com o prefeito para discutir a questão. O que Marcelo quer saber é como a proposta de um terminal de combustível se encaixa dentro dos planos do porto. “É uma situação delicada, porque nós não tínhamos conhecimento. Queremos saber por que isso não foi discutido com o porto, porque nós temos um planejamento”, argumenta. O superintendente informou que as áreas de expansão do porto não preveem armazenagem de combustíveis. “É um projeto que deveria ser bem mais planejado”, avalia o chefão.