Uma“tríplice aliança” formada pela empresa Praiana, sindicatos dos taxistas de Itajaí e vereadores itajaienses pretende combater as atividades de transporte irregular de passageiros tanto em Balneário Camboriú quanto em Itajaí. Os envolvidos querem que as prefeituras reforcem a fiscalização contra quem tá atuando de forma ilegal. Na mira tá quem oferece transporte intermunicipal parando nos pontos com carro particular e oferecendo corridas. A mobilização começou após uma mulher ser flagrada oferecendo transporte pago intermunicipal num ponto de ônibus na avenida do Estado Dalmo Vieira, no Balneário. A viagem seria até a igreja Matriz, em Itajaí. Um vídeo gravado há duas semanas mostra a motorista ao volante se dizendo do Uber, mas ela não teria nenhuma ligação com o aplicativo de celular. Na gravação, aparece o veículo, quanto ela cobra e o carro com passageiros. Na semana passada, vereadores itajaienses, o empresário Rodrigo Werner Seara, dono da Praiana, e o presidente do sindicato dos Taxistas de Itajaí, Luiz Carlos Lapa da Silva, também participaram. De acordo com o vereador Edson Lapa (PR), um dos organizadores da região, os motoristas têm usado principalmente os pontos de ônibus para fazer a abordagem de passageiros. Com essa prática, avalia o parlamentar, a empresa que tem a concessão do transporte intermunicipal de passageiros tá sendo prejudicada. Os clandestinos também estariam tirando os clientes dos taxistas. “É preciso pensar numa forma de fiscalizar os pontos regularmente”, diz Lapa. Fiscalização contra os irregulares Para Luiz Carlos, presidente do sindicato dos Taxistas de Itajaí, a ideia não é coibir nem proibir os motoristas. “Tem que regulamentar o pessoal e fiscalizar quem tá irregular”, observa. Segundo Luiz Carlos, o problema envolve motoristas que começaram trabalhando por aplicativos como o Uber, mas que agora tão trampando de forma autônoma. Mesmo assim, o condutor tem distribuído cartões de visita com a marca do Uber, por exemplo, com telefone de contato e tudo. Nesses casos, diz o chefão dos taxistas, as viagens não seriam chamadas pelo aplicativo, mas por uma ligação normal do interessado. “Isso tá prostituindo o mercado”, opina. Luiz Carlos ainda conta que os cartões são distribuídos nas paradas de ônibus. Foi apresentado aos vereadores um cartão de um motorista que estaria rodando ilegalmente na cidade como se fosse Uber. Há ainda relatos de motoristas que tão alugando carros em locadoras de veículos para fazer o transporte clandestino. Querem audiência pública e a regulamentação dos aplicativos O dono da Praiana, Rodrigo Seara, disse que tem ao menos 10 placas identificadas de veículos clandestinos que oferecem viagens entre Itajaí e Balneário. Cada um fazendo 14 corridas por dia. “Isso vai roubando passageiros do sistema de transporte público”, reclama, lembrando lei federal que proíbe o transporte público por carros particulares. Segundo o empresário, o problema começou há cerca de três anos, mas tem se intensificado, com mais motoristas atuando na ilegalidade. Rodrigo defende que haja uma fiscalização mais efetiva por parte da prefeitura. “Da maneira como tá, qualquer um pode fazer e sair pegando passageiros”, completa. Na reunião na Câmara, foi proposta a realização de uma audiência pública para regulamentar serviços como o Uber e definir quem faria a fiscalização dos irregulares. Requerimentos também seriam encaminhados aos prefeitos de Itajaí e Balneário, bem como aos órgãos de trânsito das duas cidades. Além do prejuízo às empresas e ao município, que não arrecada com o serviço, Rodrigo destaca que a sociedade também corre risco e fica numa situação de insegurança. “Não se tem informações a respeito desses motoristas”, aponta.