Itajaí
Quadrilha movimentou mais de um bilhão de euros em cocaína
PF acredita que o grupo agia há cinco anos e enviou mais de 30 toneladas a Europa
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A polícia Federal calcula que os grupos criminosos que usavam o Complexo Portuário de Itajaí para enviar cocaína ao exterior, principalmente à Europa, agiam na região há pelo menos cinco anos. Neste tempo eles teriam traficado 30 toneladas de cocaína pura através dos portos. Em grana, essa droga vale no mercado mais de R$ 1 bilhão de euros, cerca de cinco bilhões de reais. Os grupos foram descobertos nas operações Contentor e Oceano Branco, deflagradas na terça-feira pela PF. Os traficantes agiam, principalmente através do porto de Itajaí e Navegantes, mas recentemente também usavam o porto de Itapoá. A PF conseguiu no último ano interceptar e apreender 10 toneladas de cocaína pura em operações nos portos. O delegado Fábio Mertens, responsável pela operação Oceano Branco, explica que foram 12 apreensões que começaram em 2016. Seis nos portos de Itajaí e Navegantes e seis no exterior. Ao todo, foram apreendidas oito toneladas de drogas. Na Operação Contentor, a PF guentou mais duas toneladas. O delegado calcula que nos cinco anos do esquema as quadrilhas movimentaram cerca de 30 toneladas da droga. O quilo da cocaína chega a valer 35 mil euros na Europa. A droga abastecia a Itália, França, Canadá, México e Espanha. Só a operação Oceano Branco prendeu 31 pessoas na última terça-feira. Ontem à tarde, mais um acusado foi preso pela Penha. Todos os presos já foram interrogados e estão no cadeião da Canhanduba. “Chama a atenção a complexidade da organização e os vários cargos que eles desempenhavam dentro do esquema de tráfico de drogas”, comenta o delegado. Multi funções No grupo há pelo menos oito caminhoneiros e quatro despachantes aduaneiros que selecionavam os contêineres que iam receber a droga. A polícia descobriu que cinco empresários são responsáveis pelas transações. Também estão envolvidos cinco funcionários de armazéns logísticos onde os contêineres ficavam guardados. Mais cinco funcionários da APM Terminals estão sendo investigados e dois já foram presos. Há dois foragidos, um no Rio Grande do Sul e outro no exterior. A Interpol caça o foragido que estaria vivendo na Europa. Entre as apreensões há armas, veículos de luxo, lacres de contêineres e dinheiro. “Começaremos a análise do que foi apreendido na sexta-feira e seguiremos até a próxima semana”, informou o delegado. A operação Contentor apreendeu duas toneladas de cocaína. A investigação aconteceu em Joinville e a PF descobriu que a droga era comprada na fronteira do Brasil com a Bolívia e entrava no país através de pequenos aviões, que pousavam no aeroclube de São Chico. Depois a mercadoria era levada para chácaras e escondida em grandes bolsas que eram camufladas em contêineres que seriam exportados pelo porto de Itapoá. Na operação, 22 pessoas foram presas em diversos estados do Brasil. Um pastor evangélico e o filho dele, que atuavam como despachantes para os cabeças do grupo, foram presos pela PF. Eles tinham uma casa na rua Stringari, no bairro São João, em Itajaí. Os nomes dos presos não foram informados pela polícia Federal Lavagem de grana A Receita Federal de Itajaí receberá apoio de uma equipe especializada em lavagem de dinheiro, ligada à superintendência de Curitiba, para analisar o material apreendido nas duas operações. A perícia irá checar as contas bancárias de oito suspeitos e de sete empresas ligadas ao esquema. Transportadoras, imobiliárias, lojas de veículos, despachantes e distribuidoras seriam empresas de fachada para esquentar o dinheiro do tráfico. O delegado Fábio diz que a PF também participará da análise, que será voltada ao esquema de lavagem de dinheiro. ENTENDA O ESQUEMA DOS TRAFICANTES
 
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