Itajaí
Montesinos diz que vai largar a Canhanduba
Administradora do presídio reclama de calotes de oito meses do governo
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

A empresa Montesinos, administradora do Complexo Penitenciário do Vale do Itajaí, na Canhanduba, começou esta semana a dar avisos prévios aos funcionários da unidade. Ela anuncia que pretende suspender os serviços a partir de 31 de outubro. A alegação é que o governo do Estado não faz o pagamento à empresa há vários meses. Na nota de esclarecimento que comunica a suspensão dos serviços, a Montesinos informa que desde o início de 2016 o atraso nos repasses vem se intensificando e hoje o calote do governo já chega a oito meses. Além disso, o governo do estado também não estaria pagando as diárias dos presos excedentes desde 2012 e nem repassa os reajustes previstos nos contratos de prestação de serviços. A Montesinos administra a operação em conjunto com o Departamento Estadual de Administração Prisional (DEAP). No caso dos pagamentos serem regularizados até o final de outubro, a Montesinos afirma que a prestação pode ser retomada e os funcionários seriam readmitidos. Desempregados A Montesinos pertence ao grupo Ondrepsb e também administra a penitenciária de Joinville. Somando as duas unidades, são 1400 funcionários prestes a perder o emprego – 500 lotados na Canhanduba. “O pessoal fica preocupado, a gente sabe que a empresa tinha contrato de cinco anos com o Estado. Não sabemos se eles perderam a licitação. São mais de 500 pessoas desempregadas, muitos pais de família”, comenta um funcionário que pediu para não ser identificado. Os trabalhadores garantem que o pagamento dos salários está em dia. Entre os profissionais empregados na penitenciária, estão agentes de controle, auxiliares de limpeza, assistentes, coordenadores e equipe de enfermaria. Secretaria diz que vai pagar Em nota oficial enviada ao DIARINHO, a direção da secretaria de Justiça e Cidadania do governo do estado se limitou a dizer que “tem envidado todos os esforços possíveis para evitar o rompimento do contrato, bem como a manutenção de todos os serviços”. Também garante que todos os serviços nas penitenciárias estão garantidos. Nem a secretaria de Justiça nem a Montesinos informaram o valor da dívida.