Itajaí
Brasileira enfrentou furacão Irma para proteger 26 gatos e 2 cães
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Contrariando o alerta das autoridades, a paulistana Suely Caramelo, de 60 anos, decidiu ficar em sua casa, na Flórida, durante a passagem do Furacão Irma. Suely preferiu encarar o Irma do que deixar para trás 26 gatos e dois cachorros. Ela mora nos Estados Unidos há 36 anos e conta que nunca passou por nada parecido. "Fiquei três dias na mais completa escuridão com 26 gatos e dois cachorros. Parte deles recolhi das ruas apenas por causa do furacão. Os outros eram meus e de amigos, que deixaram a cidade. Nunca os abandonaria aqui à própria sorte", afirmou a brasileira. Segundo ela, nenhum abrigo a aceitaria com todos os bichanos. Dos 26 gatos, apenas quatro eram de Suely, mesmo assim apenas dois animais por pessoa eram aceitos nos abrigos. "Uma parente do Brasil chegou a me dizer: 'Por que você não escolhe os dois de que mais gosta e deixa os outros dois para trás?'. Fiquei chocada. Não faz o menor sentido. Se você tem quatro filhos, levaria dois consigo e deixaria os outros dois para trás?", questiona. Suely ainda se emociona ao falar dos momentos "apavorantes" pelos quais passou. "Apenas três moradores do meu prédio resolveram permanecer aqui. Em dado momento, me vi sozinha, com todos os gatos e os cachorros, sem eletricidade, no meio daquele furacão. Da janela do banheiro, via as árvores se arquearem, quase tocando o solo. Foi impressionante", diz. "Mas acho que, embora tenha ficado apavorada, tentei passar tranquilidade aos animais. Eles reagiram bem à passagem do furacão", acrescenta. Para encarar o Irma, Suely precisou montar uma "operação de guerra". Comprou comida e garrafas de água. "Dias antes da passagem do furacão, os supermercados ficaram lotados. As prateleiras ficavam vazias em poucos minutos. Todo mundo estocou o quanto pôde", explica. Desempregada desde fevereiro, ela também contou com doações de amigos