Itajaí
Professora espancada agora apanha no Face
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A professora Márcia Friggi, 51 anos, que na segunda-feira foi espancada por um aluno de 15 anos, ainda não parou de apanhar. Agora, a violência vem pelas redes sociais. Desde que postou a foto com o rosto inchado e ensanguentado por conta dos socos que recebeu, não foi apenas apoio que recebeu, mas também críticas e ataques pelo Facebook. Ontem, Márcia chegou a desabilitar os comentários da sua rede social. Parte das agressões pela internet vieram de supostos partidários e defensores do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), o polêmico parlamentar homofóbico e que fez incitação ao estupro e à tortura. “Tá reclamando do quê? Você não apoiou a agressão contra Jair Bolsonaro? Provou do próprio veneno”, diz um dos comentários que pintaram na página da professora. Os agressores virtuais de Márcia se baseiam numa postagem em que ela não condena o ovo arremessado contra Jair Bolsonaro, na quinta-feira da semana passada. “E então Marcia Friggi, ainda vai elogiar, curtir e se sentir representada quando o deputado #Bolsonaro for agredido por um (a) marginal, menor de idade ou não?”, soltou outro internauta. Mas a coisa não fica por aí. Para algumas pessoas, Márcia apanhou do aluno porque não ensina e sim “doutrina” os estudantes. Tudo porque ela se afirma feminista e é militante sindical. “É o que acontece quando, em vez de ENSINAR, DOUTRINA-SE o aluno” e “Doutrina mais os seus alunos com Che Guevara, dá mais Fidel Castro pra eles!” são algumas das postagens . Márcia disse à imprensa que está estarrecida porque algumas pessoas dizem que ela mereceu a violência por ser feminista e de esquerda. “Na sala de aula minha conduta é uma coisa, mas nas redes sociais tenho todo o direito de me expressar”, argumentou. Ontem, o sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) lançou nota se solidarizando com Márcia e condenando os ataques que ela vem sofrendo pela internet.