O caminhoneiro Marlon Boehm Caparelli, 55 anos, não vai esquecer tão cedo a chuvosa manhã de ontem. Ele rodava pela BR-470 em direção ao porto de Navega quando deu de cara com Saide Teodoro Regis, 73, tentando atravessar a pista a bordo de uma ziquinha. Para tentar desviar, Marlon jogou o caminhão para o acostamento onde Luiz Carlos Butick, 47, também pedalava. Os dois ciclistas acabaram atingidos pelo veículo e Saide morreu na hora.
Continua depois da publicidade
O acidente rolou por volta das 9h no km 2 da rodovia, bem na entrada do bairro São Paulo. Marlon disse aos bombeiros que seguia na boleia do bruto, placa LCZ 9097 (Joinville), carroceria placa LZV ...
O acidente rolou por volta das 9h no km 2 da rodovia, bem na entrada do bairro São Paulo. Marlon disse aos bombeiros que seguia na boleia do bruto, placa LCZ 9097 (Joinville), carroceria placa LZV 9933 (Joinville), quando viu um ciclista bem no meio da pista. O ziqueiro era Saide.
Continua depois da publicidade
Para tentar desviar do velhinho, a única alternativa que Marlon encontrou foi jogar o veículo em direção ao acostamento. Mas justamente no ponto onde ele precisou fazer a manobra, Luiz Carlos seguia pedalando sua magrela.
A desgraceira foi inevitável. Saide foi parar embaixo dos rodados do caminhão e morreu na hora. Sua bicicleta azul, de carga, ficou com o quadro todo retorcido. Um chinelo e marcas de sangue também ficaram pela pista.
Continua depois da publicidade
Já Luiz, que foi golpeado e arremessado pelo caminhão, foi socorrido e encaminhado ao hospital dengo-dengo. Em seguida, precisou ser transferido pro hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, onde foi parar na UTI.
O caminhoneiro não se feriu. Apesar da chuva, o acidente não chegou a parar a BR-470.
Luiz foi atropelado a poucos metros de onde mora
Luiz mora no Monte Sião, um misto de igreja e casa de recuperação de viciados em drogas e alcoólatras. Foi porreado pelo caminhão praticamente na frente do templo.
Quando o acidente aconteceu, os pastores Josué Rodrigues dos Santos e Jairo Joel Rodrigues tomavam café da manhã. Eles contaram ao DIARINHO que se assustaram ao receber a notícia da tragédia pelo povão que mora nas proximidades e que conhece bem o interno. Abalados, os pastores correram pra socorrer Luiz.
Luiz vive no Monte Sião há 16 anos, disseram os líderes religiosos. Teria se recuperado do vício da bebida e das drogas e e ganhou a confiança da direção da casa. Ele entrou como interno, ficou e passou a ser da família, fez questão de dizer o pastor Josué.
Natural de São Paulo, Luiz era morador de rua quando conheceu o Monte Sião. A família verdadeira o abandonou durante o tratamento.
Continua depois da publicidade
Saide seria aposentado, separado e estava morando no bairro Nossa Senhora das Graças, o popular Areia Branca, bem pertinho do bairro São Paulo.