A prefeitura de Balneário Camboriú promoveu uma boa ação, com a campanha do agasalho. Mas a intenção de ajudar famílias carentes pode ter ido por água abaixo, porque na city qualquer pessoa teve acesso aos donativos arrecadados, distribuídos pelo município. A administração pública justifica que a entrega foi feita assim, sem seleção dos mais carentes, pois não tinha como controlar.

Silvia Neves, coordenadora da campanha na Maravilha do Atlântico, diz que neste ano qualquer família que foi aos pontos de entrega guentou as roupitchas que quis, apenas apresentando identidade e levando sacolas pra carregar as peças. Ela lembra que, antes de doar a roupa de inverno pras pessoas carentes, os barnabés fizeram um tipo de pré-inscrição, anotando endereço e telefone do beneficiado, mas isso não impedia que pessoas de má-fé levassem os agasalhos pra depois vendê-los, por exemplo. “É difícil, você não tem como saber [quem tá necessitado e quem não tá]. O objetivo da campanha é arrecadar as roupas pras famílias que precisam”, comenta.

800 famílias receberam

Silvia ainda justifica dizendo que as cerca de 1500 famílias do Balneário cadastradas no Bolsa Família, programa do governo federal pra galera de baixa renda, foram avisadas das doações. Além disso, a ação também foi divulgada em creches e escolas. Pelos cálculos da secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social, 800 famílias receberam as roupas.

A entrega dos donativos rolou do dia 6 até ontem, 9 de junho, em centros comunitários espalhados pelo município. Ao todo, a prefeitura recebeu a doação de 33 mil peças, quantidade considerada boa pela coordenadora. “A gente achava que ia ser pouco, por causa da ajuda às famílias do Rio de Janeiro, mas não foi”, conta, orgulhosa. Os edredons e colchões arrecadados foram encaminhados ao presídio de Balneário e às comunidades terapêuticas atendidas pela prefa.