O aniversário de 151 anos de Itajaí não poderia passar sem um bafão. Na inauguração da praça Poliesportiva dos Cordeiros, o chefão da coordenadoria de Trânsito de Itajaí (Codetran), José Alvercino Correia, e mais dois guardinhas saíram no tapa com o cadeirante Jailton Francisco, 40 anos. Zé garante que apenas protegeu o prefeito Jandir Bellini (PP) da fúria de Jailton, que tinha a intenção de agredi-lo. Já o cadeirante afirma que estava apenas fazendo um protesto silencioso e que a Codetran tentou melar o seu direito de se manifestar.

O bafafá rolou no início da tarde, bem no momento em que as otoridades faziam o oba-oba da inauguração junto à comunidade e à imprensa. Jailton exibia pelos arredores da praça um cartaz agradecendo a Lula e ao ex-prefeito de Itajaí e atual deputado estadual, Volnei Morastoni (PT), pelo complexo esportivo. Mas o manifesto acabou quando ele, mais Zé da Codetran e outros dois guardinhas se pegaram no tapa. Jailton, que já tinha ganhado voz de prisão, foi levado pela polícia Militar de baratinha até a 1ª depê.

Zé da Codetran também foi pra delegacia, onde registrou um boletim de ocorrência. Lá, o chefão da Codetran disse que Jailton estava com um cartaz e que queria por toda lei fazer com que uma emissora de TV o filmasse. Como ninguém deu moral, Zé disse que Jailton foi atrás do prefeito e até tentou agredi-lo. Nesse momento, Zé simeteu no meio e acabou levando uma cartazada na cabeça.

Em seguida, o agente da Codetran, Mayckon Colsani, 28, chegou perto de Jailton pra conversar e também levou uma cartazada nas costas. Outro guardinha, Edison de Souza Brasil Junior, 29, baixou na brigaceira e acabou lanhado no braço e no nariz.

Repressão

Jailton assinou uns papélis e foi liberado da jaula. Ao sisplicar na delegacia, ele disse que fazia uma manifestação silenciosa quando agentes da Codetran tentaram lhe arrancar o cartaz, o que deu início à briga.

Quanto a ter deixado Zé da Codetran com um galo na cabeça, Jailton disse aos tiras que foi agredido por Zé com um chute e, pra se defender, bateu com o banner na cabeça do abobrão. Agora, quanto aos lanhados no guardinha Brasil, o cadeirante explicou que ao tentar segurar o cartaz, se desequilibrou e, sem querer, arranhou o rosto de Brasil, que lhe deu um tapa na cara. Para a polícia, Jailton não comentou sobre a agressão ao agente Colzani.

O DIARINHO tentou falar com Jailton na noite de ontem, mas não o localizou. Zé da Codetran ficou de retornar as ligações à reportagem, mas tava como celular desligado.

Sobrou até pra guarda particular e dimenor

No boletim de ocorrência registrado por Zé da Codetran ele menciona que a filha de Jailton, Jéssica Caroline Francisco, 20, mandou pedras contra os seguranças particulares do evento e machucou um deles, Adriano Freitas Frigotto, 22.

Jéssica pintou na delegacia pra acompanhar o pai. Ela explicou que tava em casa quando soube que o papis tinha sido sapecado na pancada. Chegando no local da treta, perguntou quem era o responsável e crianças apontaram Adriano. Foi aí que ela pegou uma pedra, tacou no ombro do cara e ainda lhe deu um chute na canela.

A moçoila afirmou que encontrou Adriano na depê e lhe pediu desculpas ao descobrir que ele não tinha nada com a história.

Pra piorar a situação, o cunhado de Jailton, Carlos Renato do Amaral, jura que, na brigaceira, o filho dele, um adolescente de 15 anos, foi agredido por guardinhas da Codetran. Carlos diz que o filho tava curtindo a inauguração quando correu pra ver o bafo, e deu dicara com o tio dominado. Nesse momento, o guri acabou levando uma surra. “Deram soco e até bateram com cone de sinalização. Foi o pessoal da Codetran, a mando do Zé, pois nem tinha polícia. Jailton tava com um cartaz agradecendo ao governo federal e ao Volnei, aí o Zé se queimou e partiu pra cima dele”, lascou.

Carlos ainda disse que na delegacia não o deixaram fazer BO porque ele não tinha os nomes dos guardas que agrediram o moleque.

Já o pessoal da 1ª depê disse ao DIARINHO que não negou atendimento a Carlos, mas explicou que não dava pra registrar ocorrência contra oito pessoas que ele não sabia quem eram. Nervoso, o paizão teria ido embora sem dar explicações. Carlos diz que vai procurar um advogado pra não deixar a história barata.